quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Com brasileiro, não há quem possa!




Povo chileno derrubou o neoliberalismo e abriu caminho para uma nova constituição.

Povo boliviano derrubou o golpismo e reconduziu o projeto plurinacional ao poder.

Povo argentino derrubou o obscurantismo e, além de ser vanguarda na luta contra o coronavirus no cone sul, agora aprovou a lei de aborto.

Mas o brasileiro é que é malandrão e cheio de gingado. É o Robinho que pedala bonito, é o Ronaldinho Gaúcho que "samba" dentro de campo.

Para 42% dos malandros cheios do gingado daqui, Bolsonaro conduz a crise da pandemia de forma correta. Sendo que nem seringa o país tem, o Brasil tem apenas 3% das seringas necessárias para vacinar a população.

Quem acha que isso é apenas "porque o governo sabe se comunicar" acho que deveria rever seus conceitos. Cultuar o pobrismo, ser paternalista com o conservadorismo de classe-baixa apenas para pagar de "popular", não ajuda em nada. E aqui vos fala um filho dileto dessa classe-social. Reafirmo, quem romantiza a merda deveria ir morar lá pra ver se é bom mesmo. 

O primeiro passo para curar uma doença é fazer o diagnóstico correto. 

Se a elite brasileira é elitista, achar que o povo é uma tábula rasa, facilmente manipulável pelo fascismo por pura malandragem do líder do país, é elitismo igual.

E isso me lembra aquela crônica "Vamos acabar com essa folga" do Stanislaw Ponte-Preta, a minha maior influência literária. Nessa crônica, Stanislaw começa contando de uma confusão que aconteceu num bar. 

No bar tem pessoas de várias nacionalidades, e um alemão fortão vai chamando um por um para a porrada. Bate no francês, no inglês, no argelino, até que...
"(...) lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia, para perguntar, como os outros:
-- Isso é comigo?
O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio gingando assim pro lado do alemão. Arou perto, balançou o corpo e... PIMBA! O alemão deu-lhe uma cacetada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro.

Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros."

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