sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Lições da guerra das vacinas

Nilson Lage

Temos a vacina chinesa. Tradicional, de vírus lisado, morto. Tecnologia consolidada, custo baixo, acesso fácil. Fabricada em São Paulo.

Temos a vacina inglesa, que também é meio chinesa. Um pouco mais elaborada, mas tudo indica que segura. Distraíram-se e abriram a guarda nos testes, e isso vem sendo cobrado. Custa um pouco mais caro. Fábrica no Rio de Janeiro.

Os dois itens cobrem pelo menos metade da demanda previsível este novo ano, talvez no próximo.

Na reserva, há dezenas de outras vacinas, com destaque para a vacina russa, que oferece transferência de tecnologia e custo viável.  Não fosse a irracional barreira ideológica, estaria nas manchetes.

As vacinas americanas, da Pfizer e da Moderna, são produtos de ponta, voltados, não exatamente para a prevenção da covid19, mas para o desenvolvimento futuro de drogas capazes de abastecer os lucrativos mercados de cancerosos e cardíacos que preenchem os sonhos da indústria farmacêutica. Baseiam-se na aplicação do RNA integral do vírus encapsulado. Custam dez vezes mais caro que a  concorrência e exigem condições de aplicação que duplicam esse valor.

Os países da órbita au-au dos Estados Unidos – seus apêndices latino-americanos e satélites, como Inglaterra ou Arábia Saudita, raspam qualquer cofre para servir aos interesses do amo.

O Brasil gostaria de fazê-lo: levar frigoríficos com câmaras a menos 75 graus centígrados aos confins da Amazônia e provar, assim, o quão lacaios são seus governantes.

Mas as contradições desse país tão grande quanto burro e importante...

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