domingo, 30 de dezembro de 2018

Le Monde ensina jornalismo aos porcalistas do Brasil


Jornalismo é chamar as coisas pelo nome que as coisas têm

Fernando Brito

Lição básica do jornalismo é chamar as coisas pelo nome que as coisas têm.

Residência é casa ou apartamento; hospital não é nosocômio, morrer não é “passamento” nem falecer.

O Le Monde deste domingo, que já está nas bancas francesas, pratica um jornalismo que os jornais brasileiros não têm coragem de praticar.

A extrema-direita chega ao poder”, manchete de “fora a fora”, ou de oito colunas, no tempo que os jornais as tinham como medida.

Não porque brasileiros considerem a expressão “ultrapassada”,  antijornalística: a usariam se fosse Marine Le Pen quem estivesse assumindo a presidência da França.

Mas o vento que venta cá não pode ter o nome do que ameaçou ventar por lá.

O jornalismo, se é que conserva este nome, passou a ser por aqui a arte do não dizer, do esticar, puxar, endurecer ou amaciar, conforme o freguês.

Sim, é isso, em uma linha: a extrema direita chega ao poder no Brasil.

Talvez ainda de forma provisória, com limitações formais – e cada vez menos – do estado de direito, com um personagem tosco, caricato ante ao mundo.

Mas quem deixa de ver que outro, mais sofisticado, está se articulando, vindo de Curitiba?

A luta pelo poder não está no horizonte da esquerda, mas entre as personagens desta tragédia nacional.

Entre outras razões, porque o jornalismo brasileiro, faz tempo, deixou de tratar as coisas pelo nome que as coisas têm.

Um comentário:

  1. Sem depósitos na conta da família do Lula e ele está preso basicamente porque a condenação foi conduzida pela globo. Se a globo não chama de ladrão, o ladrão que também é celeb do JN há 50 anos, não quer dizer que todos devem aceitar a corrupçao de acordo com a cor de sua bandeira.

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