Só avisando ao 4chanceler que termostato e termômetro são duas coisas bem diferentes. Enquanto termômetro é o instrumento que MEDE a temperatura, termostato é um dispositivo que REGULA a temperatura.
Claro, se a tentativa do @ernestofaraujo foi atribuir o aquecimento à chamada "ilha de calor urbana", ele não poderia estar mais equivocado. Até porque, pelo que sei, não asfaltaram a Austrália nem tem nenhuma metrópole ali pela Sibéria não...
A gente realmente fica em dúvida se o 4chanceler acredita mesmo no que disse (caso em que se mostra muito limitado e até ingênuo) ou se age de pura má fé.Afinal, é muita tacanhice achar que os cientistas e a própria Organização Meteorológica Mundial não estivessem atentos! Os dados de estações meteorológicas que passaram a ter o ambiente ao redor alterado passam por correções justamente para eliminar qualquer viés.
E mesmo que não fosse possível corrigir esses dados, sabe o que aconteceria se deixássemos na base de dados somente as estações que permanecem livres da influência urbana direta? O sinal do aquecimento global aparece. Com a mesma intensidade.
Teste muito bom para isso pode ser feito com os dados da China, que sofreu um processo de urbanização acelerado. Sabe o que acontece quando se compara o dado das estações rurais com aquelas em que houve urbanização do entorno? O comportamento é O MESMO.
https://skepticalscience.com/urban-heat-island-effect-basic.htm
A conclusão a que chegou a comunidade científica a respeito do efeito urbano sobre os dados é que ele é irrelevante: "the bias induced by urban heat islands in the global temperature time series is either minor or non-existent":
https://archive.ipcc.ch/publications_and_data/ar4/wg1/en/ch1s1-3-2.html
Na verdade, a ciência concluiu que o efeito da ilha urbana de calor é várias ordens de magnitude menor do que o aquecimento produzido pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa: 0,03 W m–2 contra 1,68 W m–2 só do CO2, vide:
https://archive.ipcc.ch/publications_and_data/ar4/wg1/en/ch2s2-5-6.html#2-5-7
Embora esse efeito seja, sim, importante para determinar alterações no clima local das cidades, não é o "asfalto quente" que está aquecendo o planeta. É o CO2 mesmo, senhor ministro! (e demais GEEs, como metano, óxido nitroso e halocarbonetos)
Em suma, o que posso dizer é que é muito preocupante que um ocupante de cargo tão relevante como o de ministro das Relações Exteriores se mostre tão violentamente ignorante a respeito de um tema como esse.
Talvez eu tenha esquecido de que ele queira ser ministro das relações exteriores da Terra Plana....
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