quarta-feira, 5 de junho de 2019

Que plano, general?


Os jornais publicam que, segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros ,  Jair Bolsonaro tem um “plano estratégico” para o país chegar ao final do ano” com um ambiente de mais tranquilidade, inclusive na economia”.

Louve-se o empenho do general em defender o chefe, mas o Brasil, o Mundo e o Universo sabem que Jair Bolsonaro não tem plano algum, senão o da demagogia irresponsável que exibe liberando o porte de armas e até – deus meu! – retirando a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas de bebê nos automóveis. O que, aliás, relembra Bruno Boghossian, na Folha,  era sua intenção desde 2010, quando era ainda um obscuro deputado.

Aliás, parece que é o país quem está andando com crianças no banco da frente.

Na economia, descobriu-se que Paulo Guedes não é o “Posto Ipiranga”, é o sujeito do comercial que, quando se pergunta por alguma medida para tirar o país do atoleiro, responde: “é logo depois dali, da reforma da Previdência”.

E a própria reforma, enquanto o presidente cuida de se os carros devem ou não trafegar de farol aceso, periga, ao ponto de Bolsonaro confessar, publicamente, que não tem os votos para aprová-la, quatro meses depois de tê-la levado ao Congresso.

O país não tem política industrial, não tem política agrícola, não tem políticas sociais. Para não ser injusto, tem uma política armamentista e homicida, incentivada por um presidente que açula as forças policiais a atirarem à vontade:

— Se nós botamos armas na mão das Forças, é para usar. Se não for para usar, deixa em casa.

Assim, sem ressalvas, sem um “em último caso”, sem um “apenas quando for atacada”: apenas “é para usar”.

Há uma possibilidade, porém, de Jair Bolsonaro ter um “plano estratégico” que vai se desenvolvendo muito bem: o de destruir a civilização neste país, transformando-o numa selva miserável e violenta, com um exército dedicado a proteger as ilhas de riqueza de uma multidão que, segundo Rodrigo Maia, atende pelo nome de “colapso social”.

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