Luis Felipe Miguel
Cabe a Lula decidir se vai ou não vai aceitar a progressão de regime que eventualmente lhe será proposta.
Lula é um líder político e há de fazer seus cálculos. É possível que tentem incluir cláusulas para humilhá-lo - a mídia especula uma exigência de uso de tornozeleira eletrônica, absolutamente despropositada, incabível.
Mas é importante ter em mente que aceitar o semiaberto não é aceitar a legitimidade da punição e do julgamento. Não é abrir mão da exigência da anulação do julgamento e de punição para o bandido de terno preto que então se fazia de juiz. Não é renunciar ao #LulaLivre - uma campanha, aliás, que é responsável pela crescente consciência da iniquidade da sua prisão e pelos recuos, ainda tímidos, de alguns de seus algozes.
Lula, para além do político, da lenda, é um ser humano, um homem de mais de 70 anos. Quantos dos últimos anos da sua vida ele vai desperdiçar numa cela em Curitiba, longe dos amigos e da família?
Eu, no lugar de Lula, não hesitaria. Mas, claro, eu não sou Lula. Seja qual for a decisão que ele tome, é uma decisão sobre sua própria vida - que deve ser respeitada. Minha solidariedade ao perseguido político e minha adesão à campanha pela anulação dos julgamentos injustos continuarão inalteradas, seja de um jeito ou de outro.
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