Bufões & truculentos
O século XXI tinha tudo para ser uma época gloriosa para a história da humanidade. No final do século XX os avanços em P&D, nas comunicações e na integração entre os grandes blocos econômicos criaram uma expectativa otimista para o futuro próximo.
Entretanto a reação conservadora acabou por se impor em um mundo que não soube enfrentar de forma generosa os desafios da globalização.
A desigualdade entre nações, que espelha a desigualdade social no próprio interior das nações mais desenvolvidas e democráticas, acabou por fomentar movimentos nacionais radicais e o surgimento de lideranças toscas, políticos demagogos, patrocinados por movimentos conservadores e pelos detentores do grande capital movidos pela ambição sem limites no processo de acumulação.
Donald Trump, Jair Bolsonaro e Boris Johnson, políticos que lideram hoje três entre as dez mais importantes economias do mundo, são produtos desta brutal reação conservadora.
O que têm em comum?
São bufões truculentos, figuras de certa forma contraditórias com a modernidade e os avanços tecnológicos do mundo contemporâneo.
Por que fazem sucesso?
Creio que porque unem dois extremos: os setores excluídos pela modernidade e que, na condição de explorados com baixa instrução, são receptivos a discursos rasos onde religião e a promessa do sucesso e da segurança individuais dão o tom; e os setores que controlam as grandes coorporações da banca e da produção que precisam - e patrocinam - líderes populistas para executarem pautas econômicas que privilegiam o capital em detrimento do mundo do trabalho.
Os bufões truculentos, espertos e farsantes, são empregados.
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