Por Luís Costa Pinto
Nada está tão ruim no Brasil que não possa piorar. Aproxima-se o fim do mês de setembro desse ano infernal de 2019, quando Asmodeu assumiu o próprio descontrole crendo controlar uma Nação adoecida de 210 milhões de almas penadas, e é iminente o encontro de contas do país com o purgatório da má gestão (ou da ausência absoluta dela) e da inexistência de planejamento ou projeto.
Na área da Educação, além das instituições federais de ensino que começam a fechar ou seguem funcionando em condições precárias e da aniquilação de bolsas destinadas a remunerar quem se dedica à investigação científica e à extensão, dentro em pouco se conhecerá a tragédia da condução fascista da pasta. “Adolf” Weintraub é um pateta anacrônico, mau piadista e ridículo economista cujo nome será lembrado como o do banana que dinamitou nossa incipiente base educacional curricular.
Nas Relações Exteriores regredimos velozmente à condição de sócio desprezado dos organismos internacionais em razão das teses desprezíveis esposadas pelo chanceler brasileiro. Ernesto Araújo é visto como um pigmeu da diplomacia, um homem de ideias débeis e verve grotesca. Perdemos o respeito dos atores centrais do jogo geopolítico e estamos condenados à condição de párias ou de rejeito insignificante no tabuleiro de ações onde se define o futuro da humanidade.
O desarranjo é ainda maior na economia. Nele, o engana-engana é cínico, hipócrita e tem preços imensuráveis. Vamos pagá-lo, e sairá caro.
A Reforma da Previdência se revelará tíbia e covarde porque concentra-se nas aposentadorias e pensões já deprimidas pagas pelo INSS ao brasileiro comum e médio – ou seja, ao assalariado do setor privado. Sem coragem de enfrentar as duas grandes corporações conservadoras e obtusas, militares e servidores públicos, que em muito o auxiliaram a chegar onde chegou sem pronunciar uma única frase inteligível, Jair Bolsonaro é o arquiteto da maior ruína das finanças públicas já encenada por aqui. Como toda ruína, está por ser descoberta. Quando os jornalistas e os analistas políticos e econômicos que ainda se dedicam a enaltecer o ogro descobrirem os primeiros traços dessa Gomorra tropical, será tarde. Tentarão, então, se converter em arqueólogos de National Geographic, daqueles que narram o passado com objetividade binária. Mas todos nós os lembraremos: sabemos o que vocês fizeram na eleição passada, no verão passado, e como isso nos legou o inverno crepuscular que se abate sobre o Brasil.
Inepto para a política, sem conhecimento da máquina federal, o doutrinador Paulo Guedes preferirá a fuga ao inevitável encontro marcado com o juízo final para explicar a deterioração das contas públicas que ele produziu.
Eleito empunhando a bandeira da “moralidade” e do “fim dos privilégios”, Bolsonaro revela sua face – aliás, focinho. Asnos têm focinhos – repugnantemente irresponsável ao empenhar todos os esforços pessoais e usar recursos públicos desmedidos para deixar os filhos numa boa. Tenta nomear um para a embaixada em Washington, ao passo que revoga pruridos republicanos para livrar outro do encontro com a Justiça do Rio de Janeiro e entregou ao terceiro a gestão de todos os negócios poucos transparentes de comunicação de governo. Prestando-se a esse papel antirrepublicano, antidemocrático, amoral e despótico, Bolsonaro se mostra a cada dia mais imprestável para o Brasil e para o povo brasileiro.
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