segunda-feira, 30 de março de 2020

Número oficial de casos em SP é baixo por causa da falta de exames

Capitão Corona, ilustração de Paulo Zilberman

Claudio Guedes


Sinal amarelo

O isolamento social é a melhor das estratégias para mitigar a propagação do COVID-19. Mas não é única. Os testes precisam ser realizados em número crescente para isolar radicalmente os portadores do vírus dos não-contaminados. Sem esse trabalho não será possível baixar o número de infectados, pois sem saber sua situação pessoas infectadas farão compras e estarão em contato com familiares e vizinhos.

O problema é que não estamos testando quase ninguém. E quem foi testado não recebe o resultado do exame.

Em São Paulo hoje, 30/3, epicentro da pandemia no Brasil, com capacidade atual para processar cerca de 400 testes por dia e uma demanda que, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), já chega a 1.200 amostras diárias, o instituto, que atende a rede pública de saúde, já tem 14 mil testes esperando pelo resultado. Na fila. Sem processamento. A notícia está no G1.

No sábado, o número era de 12 mil testes. Para tentar reduzir esse gargalo, o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo dizem que estão implementando medidas que devem ampliar o número de testes processados por dia para 10 mil apenas em meados de abril. É muito tempo sem informações.

Estamos passando uma falsa expectativa à população. Achatamos mesmo a curva? A curva de propagação do coronavírus em São Paulo, com números oficiais, é atípica. Não possui correlação com nenhuma outra no mundo.

Vamos ter problemas.

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