Paulo Guedes, como um violonista do Titanic, montou seu show de medidas tarde demais: o governo Bolsonaro, a maior e mais triste tragédia política da democracia brasileira, já acabou. Trata-se de um cadáver putrefato a céu aberto, uma presença que se impõe apenas pelo mau cheiro.
Guedes lamenta, ao quatro cantos, que a pandemia do coronavírus veio justamente na hora em que o País, depois de patinar em um PIB ridículo de 1,1% de crescimento, em 2019, iria decolar, já no primeiro trimestre de 2020.
O ministro, de falso profeta, tornou-se um mentiroso compulsivo, exatamente como o chefe.
Ao assumir o cargo, em janeiro de 2019, anunciou que o Brasil iria crescer, no mínimo, 2%, naquele ano. Estava chutando. Agora, prepara a narrativa para o fim, antes de se mandar, novamente, para a segurança da banca. Avisa de que a economia naufragou por causa do Covid-19.
A verdade é que a economia segue naufragando porque o presidente é um demente irresponsável cercado de idiotas e psicopatas. Guedes, que ao menos consegue se alimentar sozinho, poderia fazer a diferença, mas não é sequer subordinado a Bolsonaro: é um funcionário do mercado financeiro.
O coronavírus tornou-o refém de um neoliberalismo tornado anacrônico, da noite para o dia. Enquanto o Estado surge como única salvação para a humanidade, Guedes continua representando a farsa das reformas e das privatizações.
Resta a Guedes viver o papel que lhe restou, o de espectador privilegiado do fim trágico do circo de horrores que ele ajudou a montar.
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