sábado, 21 de março de 2020

Rolezinho pelo noticiário do Estupidezquistão em 21 de março do ano da glória do Senhor do Fim do Mundo


João Ximenes Braga

Rolezinho pelo noticiário do Estupidezquistão em 21 de março do ano da glória do Senhor do Fim do Mundo.

1. Abundam evidências e desconfianças de que o estúpido-mor foi sim contaminado com o coronavírus e está mentindo a respeito. Pelo menos um colunista, o Sakamoto, é bem direto a respeito. Ao mesmo tempo, uma juíza do DF concedeu liminar obrigando o Hospital das Forças Armadas a revelar os exames do presidente e de toda sua comitiva. O Hospital das Forças Armadas vai obedecer? Duvido. Mas o que eu queria mesmo ver é: se já estamos no ponto em que geral concorda que esse dejeto purulento é capaz de mentir sobre seu estado de saúde, quando a imprensa vai conceber a hipótese de que ele tenha mentido também sobre a facada e o porteiro do Vivendas? Não, não estou esperando uma revelação bombástica. Só queria que algum grande jornal pelo menos admitisse que existe, no Youtube, um vídeo mostrando a inação dos policiais federais que faziam a segurança do estrume diante da aproximação de Adélio. Só isso. Só admitir que existem dúvidas em torno da facada. Que parassem de vez de tratar o fenômeno Moronaro como políticos normais, que mentem como hábito para salvaguardar seus interesses, e passassem a vê-lo como o que é, um organismo unicelular que se alimenta de e defeca pós-verdade. Pena que isso não vai acontecer por que significaria assumir sua cumplicidade nos dois principais eventos históricos da pós-verdade neste século: a prisão de Lula e o impeachment de Dilma. É um momento crucial para a imprensa brasileira: ao mesmo tempo que é constrangida a admitir que Moronaro não trabalha com fatos, não pode admitir que participou de sua farsa.

2. A resiliência da estupidez da mosca varejeira que ocupa a presidência é impressionante. Mas tipo assim, enorme, gigantesca, avassaladora. Toda hora ele diz a mesma merda sobre a pandemia. A mesma. Tu acha que é notícia repetida, não é, é uma nova entrevista ao Ratinho em que ele diz pras igrejas evangélicas manterem seus cultos. Não para. A melhor leitura desta manhã foi o post de Sylvia Moretzsohn (está no meu mural) mostrando que se houvesse algum neurônio em funcionamento ali, ele estaria tocando o terror e o pânico para realizar seu sonho do estado de sítio e da tirania absoluta. Quando mais ele desfaz da pandemia, mais se enfraquece. Eu sigo morrendo de medo de um aprofundamento do golpe, mas parece que a maior ameaça ao projeto do cocô de rato hidrófobo de nos afundar de vez num vale de necrochorume é sua incrível, gigantesca, avassaladora, incomparável estupidez.

3. Falando em resiliência e estupidez, Dudu Bananinha ainda não se desculpou com a China e a maior crise diplomática do Brasil desde a guerra do Paraguai, durante a maior pandemia do mundo contemporâneo, segue sem solução. Mas aí já fica difícil saber se é estupidez ou obediência. Aliás, em se tratando de Dudu Bananinha e Steve Bannon, obediência e estupidez passam a ser sinônimos.

Ô merda, viu? Vontade de enfiar a cabeça no vaso e dar descarga.

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