João Ximenes Braga
Rolezinho pelo noticiário do Estupidezquistão em 21 de março do ano da glória do Senhor do Fim do Mundo.
1. Abundam evidências e desconfianças de que o estúpido-mor foi sim contaminado com o coronavírus e está mentindo a respeito. Pelo menos um colunista, o Sakamoto, é bem direto a respeito. Ao mesmo tempo, uma juíza do DF concedeu liminar obrigando o Hospital das Forças Armadas a revelar os exames do presidente e de toda sua comitiva. O Hospital das Forças Armadas vai obedecer? Duvido. Mas o que eu queria mesmo ver é: se já estamos no ponto em que geral concorda que esse dejeto purulento é capaz de mentir sobre seu estado de saúde, quando a imprensa vai conceber a hipótese de que ele tenha mentido também sobre a facada e o porteiro do Vivendas? Não, não estou esperando uma revelação bombástica. Só queria que algum grande jornal pelo menos admitisse que existe, no Youtube, um vídeo mostrando a inação dos policiais federais que faziam a segurança do estrume diante da aproximação de Adélio. Só isso. Só admitir que existem dúvidas em torno da facada. Que parassem de vez de tratar o fenômeno Moronaro como políticos normais, que mentem como hábito para salvaguardar seus interesses, e passassem a vê-lo como o que é, um organismo unicelular que se alimenta de e defeca pós-verdade. Pena que isso não vai acontecer por que significaria assumir sua cumplicidade nos dois principais eventos históricos da pós-verdade neste século: a prisão de Lula e o impeachment de Dilma. É um momento crucial para a imprensa brasileira: ao mesmo tempo que é constrangida a admitir que Moronaro não trabalha com fatos, não pode admitir que participou de sua farsa.
2. A resiliência da estupidez da mosca varejeira que ocupa a presidência é impressionante. Mas tipo assim, enorme, gigantesca, avassaladora. Toda hora ele diz a mesma merda sobre a pandemia. A mesma. Tu acha que é notícia repetida, não é, é uma nova entrevista ao Ratinho em que ele diz pras igrejas evangélicas manterem seus cultos. Não para. A melhor leitura desta manhã foi o post de Sylvia Moretzsohn (está no meu mural) mostrando que se houvesse algum neurônio em funcionamento ali, ele estaria tocando o terror e o pânico para realizar seu sonho do estado de sítio e da tirania absoluta. Quando mais ele desfaz da pandemia, mais se enfraquece. Eu sigo morrendo de medo de um aprofundamento do golpe, mas parece que a maior ameaça ao projeto do cocô de rato hidrófobo de nos afundar de vez num vale de necrochorume é sua incrível, gigantesca, avassaladora, incomparável estupidez.
3. Falando em resiliência e estupidez, Dudu Bananinha ainda não se desculpou com a China e a maior crise diplomática do Brasil desde a guerra do Paraguai, durante a maior pandemia do mundo contemporâneo, segue sem solução. Mas aí já fica difícil saber se é estupidez ou obediência. Aliás, em se tratando de Dudu Bananinha e Steve Bannon, obediência e estupidez passam a ser sinônimos.
Ô merda, viu? Vontade de enfiar a cabeça no vaso e dar descarga.
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