domingo, 29 de março de 2020

Bolsonaro opera a favor da morte. Simples assim.


Bolsonaro passeou pelo comércio em Brasília, cumprimentou pessoas, criou aglomeração. Depois foi para o Hospital das Forças Armadas - pela versão oficial, por nada, só para continuar passeando.

Depois falou com jornalistas e soltou que "está com vontade" de baixar um decreto para sustar quaisquer medidas de isolamento social no país.

Mas ontem, segundo a mídia, ele teria sido "amansado" na reunião com os ministros...

Não tem amansado nem meio amansado. Bolsonaro está fazendo um jogo cuja essência é atrapalhar as medidas de contenção da pandemia.

Covarde e incapaz como sempre foi, se cala quando é confrontado com as evidências. Mas não aceita, nem vai aceitar, ficar quieto para não atrapalhar. Ele tem um script e continua a segui-lo

Incita a confusão, fala com seu gado, solta informações falsas. Quando as pilhas de mortos se acumularem, vai dizer que não é culpa dele, que, afinal, apesar de tantas "vontades", não baixou decreto nenhum impedindo o isolamento. E quando a recessão chegar braba, a culpa também não é dele, que, afinal, não queria a interrupção do trabalho.

A insistência na proposta absurda de "voltar à normalidade" permite também que o governo federal se libere de tomar as medidas urgentes necessárias para proteger os mais vulneráveis economicamente.

Moral e intelectualmente incapaz de exercer o cargo que ocupa, ele faz uma dança para se eximir das responsabilidades.

Mas não peca somente pela omissão. Seu teatrinho leva muitos às ruas em desrespeito às regras do isolamento, faz aumentar a pressão de patrões sobre trabalhadores, faz vacilar governadores e prefeitos.

Em suma: ele boicota a ação dos poderes públicos no combate ao coronavírus.

Bolsonaro opera a favor da morte. Simples assim.

Todo mundo vê isso. O Supremo vê, o Congresso vê, a imprensa vê, a oposição vê, a OMS vê, os governos estrangeiros veem.

Cada dia a mais com Bolsonaro no cargo agrava a crise.

O "realismo" dos que dizem que "não há condições" para retirá-lo do cargo nega essa urgência e contribui objetivamente para sabotar o que deveria ser uma prioridade no momento: criar essas condições.

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