Passado o pico da pandemia de coronavírus, barulho de obras já voltou a XangaiThais Moretz
São 6h em Xangai, e acordo com o ruído de obras.
É a China novamente a mil por hora, construindo mais algumas estações e duas novas linhas de metrô.
Ao todo, já são mais de 700 quilômetros de extensão, com média de circulação de 10 milhões de passageiros por dia.
Difícil acreditar que, semanas atrás, tudo parecia estar paralisado pela epidemia de Covid-19.
Desde que me mudei para essa gigante metrópole, com cerca de 25 milhões de habitantes, o que mais me impressiona aqui é a velocidade das mudanças.
Você vai a uma rua hoje e, na semana seguinte, as fachadas das lojas já estão diferentes, e novos estabelecimentos foram criados. Tem obras de todos os tipos, em todas as localidades.
A tecnologia se desenvolve como em nenhum outro lugar do mundo.
Há uma infinidade de aplicativos, como o WeChat e o Alipay, e mini-aplicativos dentro dos aplicativos, que permitem gerenciar a vida em poucos cliques: é possível fazer supermercado, realizar transferências bancárias e comprar passagens de trem.
A vida na China parece acontecer em um outro ritmo, mais acelerado. Em dez dias, o país construiu um hospital, bem como fábricas e linhas de montagem para a produção de máscaras, roupas e equipamentos de segurança para os profissionais de saúde.
Também houve alterações na circulação de pessoas e no controle de cargas, e o desenvolvimento de novos aplicativos de celular, como um código QR que classifica se a pessoa passou por locais de risco: a classificação verde sinaliza livre circulação; a amarela, quarentena doméstica; e a vermelha, quarentena vigiada por autoridades.
Com todos esses recursos, não me surpreende o sucesso na contenção da epidemia de Covid-19.
Hoje a população está de volta ao trabalho, os carros estão nas ruas, os trens, em funcionamento, e as atividades ao ar livre concentram cada vez mais gente.
Algumas alterações na rotina continuam, como a presença de fiscais nos edifícios, olhando os códigos QR, coletando dados e medindo as temperaturas.
Tudo para prevenir e identificar os círculos de contatos comunitários, caso surja a confirmação de um novo infectado. Segundo a Universidade Johns Hopkins, Xangai contabiliza 371 casos e três mortes.
No Brasil, como o tempo é outro e os recursos são mais escassos, não conseguimos construir hospitais e fábricas em velocidade acelerada nem desenvolver um esquema tão eficiente para monitorar os casos.
Será preciso importar recursos, sobretudo para a recuperação dos doentes.
Assim, profissionais de relações internacionais e comércio exterior, como eu, estão empenhados para identificar fornecedores de insumos estratégicos, participando de redes de informações com empresas e governos, para contribuir com essa força-tarefa.
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