quarta-feira, 22 de maio de 2019

TARAS E FANTASIAS


Leandro Fortes

No rádio, ouço um certo Walter Silva, advogado da Frente Parlamentar pela Família (seja lá o que isso signifique), bradar contra a lei de criminalização da homofobia porque, em algum momento da vida, ele teria entrado no banheiro de um shopping, ao lado do filho pequeno, e presenciado "uma roda [de gays] de relação sexual íntima".

Roda de gays, em um banheiro de shopping, fazendo sexo.

Tentem imaginar como isso seria possível: meia dúzia de gays rodeando mictórios, cabines, pias e secadores de mão em um festim de sodomia, felações e ejaculações pirotécnicas.

E, no meio de tudo isso, estupefato, Walter Silva e seu rebento, obviamente, eternamente traumatizado.

Sabem qual foi a reação da repórter que conduzia a entrevista? Eu digo:

"Da mesma maneira que o senhor se sentiria [constrangido] se fosse um casal hetero fazendo sexo, não é?".

Não perguntou o nome do shopping, o tamanho do banheiro, a hora da orgia no lavatório, que consequências derivaram desse evento inaudito.

Deixou o sujeito, um advogado, contar uma mentira abjeta, descarada, um acinte à inteligência alheia, como se fosse possível ter acontecido essa roda de gays fora dos sonhos desses pervertidos que se escondem atrás da moral e da religião para defender o ódio contra homossexuais.

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