segunda-feira, 27 de maio de 2019

A revolução dos brancos


Leandro Fortes

Desde 2013, já era possível notar que essas manifestações de fascismo urbano eram, por assim dizer, piqueniques cívicos da classe média branca, racista e iletrada do Brasil.

O antipetismo alimentado pela mídia fez os pobres apoiá-las, mas não conseguiu manchá-las de pardo: durante todo o processo que resultou no impeachment de Dilma Rousseff, a histeria das ruas manteve-se branca, alva, em fantasias verdes e amarelas.

Mesmo fracassadas, as manifestações de apoio a Bolsonaro mantiveram esse padrão intacto. Mais ainda, filtraram esse fenômeno até o limite de qualquer percepção.

Nas ruas, nos pequenos e grandes grupos, eram sempre brancos e brancas em máscaras de ódio, rancor e tristeza. Uma gente tão infeliz que não causa espanto nenhum as opções que faz.

Essa gente horrível, plena de desgosto, ainda vive seu momento, embora seja óbvio o seu ocaso.

Ainda assim, me embrulha o estômago ver essa turba ignorante empunhando banners de vinil expondo a própria ignorância, disseminando ódio e intolerância, erguendo bonecos infláveis para disfarçar uma vida inteira de insignificância.

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