Como está evidente, elites estão atônitas porque não se sabe o que fazer com Bolsonaro.
No Planalto, com outras palavras, se diz que Bolsonaro está mais perturbado e alienado do que de costume, principalmente porque a polícia está na porta dos negócios da família.
Mais desvairado ou não, é apenas variação de grau, na margem. Além do mais, na prática, essa história de “forças terríveis”, o “sistema” que controla o poder, sempre foi central no delírio bolsonarista e vinha sendo revivida faz um tempo, dados os fracassos (vide coluna a respeito nos comentários).
A “guerra contra o sistema” foi reanimada não apenas por Bolsonaro, mas por sua milícia digital, faz uns 15 dias. São as campanhas “vamos invadir Brasília”, “Vamos invadir o Congresso”, ataques ao Supremo etc.
Desde março, a cúpula do miolão do Câmara decidiu tomar rumo próprio (vide coluna a respeito nos comentários). Reafirmou a decisão nesta semana. Mas “parlamentarismo branco” não existe, é bobagem, o Congresso não tem condições de governar ou fazer algo parecido no Brasil, sob as normais atuais.
O Congresso vai aprovar alguma coisa a fim de evitar o colapso. Mas tem o problema de, assim, dar a Bolsonaro o presente de um país mais governável, talvez até com alguma melhora econômica. A ideia é, então, ao mesmo tempo, podar poderes do presidente. É um impasse deslizante, por assim dizer, fuga para a frente. Não deve prestar.
Antes de se aprovarem reformas básicas, não deve haver terremoto político-parlamentar, a não ser que Bolsonaro apronte radicalmente ou que a rua entre em tumulto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário