A vontade de alguns analistas em normalizar Bolsonaro e as manifestações de hoje encontra um sério obstáculo: nem Bolsonaro nem as manifestações de hoje querem ser normalizadas. É uma lição que já deveria ter sido incorporada.
E não que alguém se importe, mas vá lá: os ex-jornalistas em atividade que o bolsonarismo usa para lhe dar legitimidade não são mais jornalistas nem estão em atividade jornalística. São apenas militantes governistas. É legítimo que militem, aliás. Só não vale enganar as pessoas.
Por fim, a quantidade de faixas abertamente golpistas hoje deveria levantar o sinal amarelo. Bolsonaro não é um presidente normal. O projeto dele está claro. Ele só não teve tempo suficiente de implementá-lo nem coragem para levá-lo a cabo.
Portanto, passar pano para Bolsonaro num dia como hoje é compactuar com um projeto de destruição da democracia brasileira. Imperfeita, insuficiente, mas é a única que temos. É essa democracia torta da Nova República que universalizou ensinou básico e criou o SUS.
Amo o Brasil. Foi este país meio destrambelhado que acolheu meus avós refugiados da miséria e da perseguição. Foi nesse país que minha mãe saiu de uma favela na beira da rodovia Anhanguera pra me dar educação decente. Não dá ficar indiferente a esse necroprojeto presidencial.
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