Luis Felipe Miguel
Vélez era incompetente e reacionário, mas estava nitidamente assustado com o cargo que ocupava. Ele pelo menos sabia que não tinha condições de estar ali.
Weintraub é tão limitado que nem isso ele alcança. Mesmo nas suas performances mais patéticas (chocolatinhos, dancinha da chuva), é patente o contentamento que ele sente consigo mesmo.
O ministro acha que está arrombando a boca do balão, como se dizia nos anos 1990. É a encarnação da estupidez orgulhosa de si.
Por isso, é difícil imaginar que Weintraub vá recuar.
Bolsonaro deve estar recebendo muita pressão para demiti-lo, dos seus aliados dotados de maior racionalidade. Mas o ex-capitão deve ver a substituição do ministro como uma derrota, uma demonstração de fraqueza.
Quando foi forçado a tirar Vélez, colocou um pior ainda no cargo. Será que vai mudar de postura agora?
É difícil imaginar mesmo a produção de um modus vivendi entre o setor educacional e um governo que, seja por cálculo, seja por delirante paranoia, tem no combate à educação uma prioridade.
A única maneira de sair desse impasse é pela derrota completa de Bolsonaro, com a definição muito clara de regras que garantam a vigência da Constituição - isto é, que blindem o investimento público e protejam a liberdade de ensino e pesquisa e a autonomia universitária. Cabe ao Congresso e ao Supremo reagir às ruas.
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