Falar em doença mental é coisa antiga e embute muitos preconceitos e ignorância. Muita gente sofre de distúrbios psiquiátricos, mas não os admite. Psicanalistas e terapeutas têm cada vez mais pacientes e impacientes que precisam de ajuda. Não é crime, não é pecado, não é vergonha, nem culpa de ninguém: é da natureza da humana.
Problemas psiquiátricos não foram obstáculo para grandes líderes. Depende do que fizeram deles. Winston Churchill era um bipolar clássico, alem de alcoólatra, e foi quem foi. Deprimido desde jovem, Gandhi tentou o suicídio duas vezes antes de canalizar os seus sofrimentos para a luta pacifista. Martin Luther King, com seu otimismo suicida, também era um típico bipolar. Vítima de poliomielite e de depressão, em sua cadeira de rodas, Franklin Delano Roosevelt encontrou na doença a força para tirar os Estados Unidos da Grande Depressão e enfrentar Hitler.
Mas pessoas com transtornos psiquiátricos graves não estão aptas para várias atividades cotidianas de risco e responsabilidade com o cidadão e a sociedade, embora autoridades dos Três Poderes possam tomar decisões políticas e econômicas desastrosas, fazer desatinos fiscais e administrativos, prender e soltar, afetar a vida de milhões de cidadãos.
Uma avaliação psicotécnica rigorosa e independente certamente nos teria poupado de Jânio Quadros e toda a desgraça que se seguiu.
E teria nos livrado de Collor, com seus evidentes sintomas de distúrbios sérios. É só olhar no olho.
Entre os que hoje estão nos poderes, quem resistiria a uma bateria de exames psicotécnicos? Quem tem problemas psiquiátricos graves e está mexendo com a vida, e a sanidade mental, de tanta gente?
Olhem bem suas caras, seus olhares, suas falas, e vejam que algumas altas autoridades não estão em pleno gozo de suas faculdades mentais, o que não se confunde com inteligência ou burrice, mas junto com incompetência é fatal.
Só isso pode explicar tanta coisa que se tem visto e ouvido. Cegos guiados por loucos rumo ao abismo, diria o Rei Lear.
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