Na mente fantasiosa de Bolonsaro e dos que nele votaram o papel do presidente é o mesmo de um rei absolutista, avesso a qualquer outro valor (democracia) que venha fazer-lhe sombra. Basta ele querer e seu desejo se torna lei ou realidade: é assim nas suas decisões, nas suas posições a respeito do trânsito, das regras sociais, dos direitos do cidadão, da educação etc.
Com muita tristeza vejo esta configuração na mentalidade do brasileiro comum, com sua mania e adoração por figuras de reis e imperadores que efetivamente imperam, mandam, ordenam. Essa figura mítica resvala invariavelmente para a fantasia de carnaval, para o futebol, o time que se torce, os atributos artísticos de alguém... Temos sempre, em todas as nossas manifestações culturais ou recreacionais a figura imponente de um rei absoluto dominando seus súditos.
É uma sina demente esta nossa, e parece, lamentavelmente, que não terá fim tão cedo. É um elemento cultural fortíssimo que será preciso muita desconstrução para que abra caminho para uma ideia de república ou de democracia.
Nelson Barbosa
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