Moisés Mendes
Declaração de Bolsonaro no dia 12 de maio em entrevista à Rádio Bandeirantes, quando assegurou ter firmado um compromisso com Sergio Moro de que o indicaria para o Supremo:
“A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com o Moro e, se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso".
Era a venda casada. Moro assumiria o Ministério da Justiça, com o controle absoluto do Coaf e da Polícia Federal, para fazer o jogo do bolsonarismo e proteger parentes e milicianos, e depois seria recompensado.
Não deu certo. O ex-juiz não controla nem Coaf, nem PF e nem o Grande Plano Estratégico de Defesa do Cigarro Nacional. Moro é um traste.
Pois hoje Bolsonaro desfez publicamente o acordo em conversa com jornalistas no quartel-general do Exército em Brasília:
“Não me comprometi com o Moro no STF. Durante a campanha, o que eu prometi foi alguém do perfil do Moro”.
O homem já mandou embora três generais, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, o presidente do partido que sustentou sua candidatura, o superintendente da Polícia Federal no Rio, o secretário de Imprensa do Palácio do Planalto, o diretor do Inpe...
E está ameaçando demitir o diretor da PF e o chefe da Receita. Bolsonaro só é fiel aos filhos e ao Queiroz.
Moro continua ministro da Justiça porque espera um milagre. Depois do que Bolsonaro disse hoje, o ex-juiz só não pede pra ir embora porque ainda acredita que poderá ser salvo pelos militares.
Se nenhum general tentou salvar os três generais demitidos, algum deles tentará salvar Moro? O ex-juiz não teve tempo de virar militarista sincero e evangélico fervoroso.
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