Diário do Bolso
Diário, acho que achei um novo apelido para mim: “Jair, mãos de tesoura”. É que estou cortando tudo quanto é orçamento.
Governar é mais fácil do que eu pensava. É só ir cortando o dinheiro daquilo que não interessa.
Por exemplo, para 2020 vou cortar 3,6 bilhões do Fies, que é aquele programa de incentivo pra pobre fazer faculdade. Este ano o programa deve gastar R$ 13,8 bilhões. Mas no ano que vem vão ser só R$ 10,2 bilhões. Me diz: pra que pobre tem que estudar? Que adianta uma faxineira formada em História? Ela vai limpar melhor? Não vai, pô!
Outra coisa que eu cortei foi o orçamento do “Minha casa, minha vida”. No ano que vem o orçamento desse treco vai ser só de 2,7 bilhões. Em 2019 foi de 4,6 bilhões. E, de 2009 a 2018, no período Lula-Dilma-Temer (que eu chamo de período Nove Dedos-Estocadora de Vento-Vampiro Morfético), a média foi de R$ 11,3 bilhões. Ou seja, comigo vai ser só 25% do que era antes. E eu ainda acho muito. Pobre não é tartaruga pra ter casa própria, talkei?
Mais uma economia que eu vou fazer é em vacina. Vou cortar quase 1 bilhão só nisso daí. A esquerdalha diz que o Brasil tá com crise de sarampo, que falta vacina pentavalente, que falta vacina da polio e que o orçamento tinha que aumentar em vez de diminuir. Mas isso é balela. O Olavo de Carvalho diz que vacina não faz nada, então vamos cortar esse negócio.
Opa, se for cortar tudo que não faz nada, vai complicar, kkk!
Diário, só nessas três coisas que eu falei, já economizei R$ 6,5 bilhões de 2019 para 2020.
Mas, em compensação, o orçamento de 2020 vai gastar R$ 4,7 bilhões a mais em vantagens para carreira militar. Eu criei um tal de “adicional de disponibilidade” e vou dobrar a ajuda de custo dos militares que vão para a reserva. Em vez de 4 soldos, vou pagar 8. Em dez anos, essas coisas vão custar 87 bilhões.
Faculdade, vacina e casa própria são mimimis. Salário de militar é que é importante.
Por isso, o “Jair, mãos de tesoura” corta com uma mão e remenda com a outra, kkk!
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