Depois de tantas emoções, parece agora muito improvável que Trump ganhe.
A apuração nos seis estados restantes prossegue a passo de lesma. No Arizona, embora ainda faltem mais de 10% dos votos para serem contados, a vitória de Biden (até agora 2,4 pontos percentuais à frente) é considerada certa. Muitos dos votos faltantes vêm da região de Phoenix, onde Biden ganha por mais de 4 pontos de diferença. A Associated Press e jornais como The Guardian já contabilizam os 11 votos no colégio eleitoral para o democrata.
Já o Alaska é de Trump, sem margem de dúvida. Mas uma vitória em qualquer um dos outros quatro é suficiente para garantir a eleição de Biden.
Na Carolina do Norte, com estimados 95% dos votos já contabilizados, que aceitará votos pelo correio que cheguem ate o dia 12 (!), a diferença pró-Trump (de 1,4 ponto percentual) é difícil de ser transposta.
Na Pensilvânia, com estimados 89% dos votos já contados, Trump lidera por 2,6 pontos percentuais. O New York Times adiciona uma nota, em seu mapa de votação: "Há expectativa de que os votos pelo correio restantes favoreçam os democratas". Como em geral também nos outros estados, o detalhamento do resultado por condados mostra vitórias de Biden, muitas vezes por larga margem, nas grandes cidades (Filadélfia, Pittsburgh) e o triunfo trumpista no interior. A diferença a favor do republicano fatalmente vai diminuir: a questão é saber se chegará a se inverter.
Na Geórgia, a situação é idêntica. A diferença pró-Trump diminui lentamente. Com estimados 98% dos votos já apurados, está reduzida a 0,4 ponto percentual. São menos de 27 mil votos de diferença e faltam cerca de 100 mil a serem computados. Para vencer, Biden terá que ficar com cerca de dois terços deles.
O que permite confiar na vitória de Biden é Nevada. Com estimados 86% dos votos contabilizados, ele lidera por uma margem estreita, de 0,6 ponto percentual. Mas boa parte dos votos restantes vêm das maiores cidades, Reno e Las Vegas, em que ele lidera por margens bem mais dilatadas.
Num sistema eleitoral como o estadunidense, é simbólico que a presidência seja decidida em Las Vegas, a cidade da roleta.
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