quinta-feira, 6 de maio de 2021

Chacina no Rio é recado do bolsonarismo

João Ximenes Braga

A coletiva da polícia civil sobre a chacina do Jacarezinho virou um palanque político de defesa dos ideias do fascismo tupiniquim que hoje chamamos de bolsonarismo.

O primeiro a falar quis logo ressaltar que foi cumprido todo o protocolo estabelecido pelo STF para se fazer operações policiais - em casos excepcionais - durante a pandemia. Mas, num claro posicionamento político, emendou protestando contra o "ativismo judicial", os "pseudo-especialistas em segurança pública" e logo em seguida falou em "entidades" e "ativismo" e "vitimização de bandido". 

Outro ressaltou que a investigação foi iniciada há dez meses e a operação feita com muito planejamento. Vou me furtar de teorias conspiratórias e partir do princípio de que o fato de essa chacina ter acontecido no momento em que o genocídio bolsonarista está sendo esgarçado numa CPI foi de fato uma incrível coincidência. Mesmo sabendo que a eminência parda do governo foi interventor de segurança pública no Rio e conhece todas as entranhas dos submundos da cidade. Mesmo sabendo que o presidente esteve ontem com o governador, que o apóia incondicionalmente.

Mas que a coletiva se tornou palanque para a defesa do bolsonarismo é indiscutível. Sabe aquele temor de que o bolsonarismo, quando enfraquecido, apelasse à violência de policiais amotinados? Hoje voltei a ter. Se era essa a intenção deles, não posso afirmar. Mas que parecia um recado, parecia.

Numa notícia não-relacionada, vi que Pazuello contratou um criminalista para assessorá-lo em sua defesa na CPI. Criminalista esse que já defendeu os chefes de milícia Batman, Robocop e Cristiano Girão. Mais uma incrível coincidência.

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