segunda-feira, 10 de maio de 2021

Ernesto Araújo na CPI


Luis Felipe Miguel

Na quinta, Ernesto Araújo deve falar à CPI - caso não opte por se esconder como seu colega de ex-ministério, general Pazuello.

Fico curioso para ver o quanto ele vai avançar na sua própria agenda (com as fanfarronices que lhe garantem a posição de herói da extrema-direita alucinada e turbinam sua pretensão de se candidatar ao Congresso no ano que vem) e o quanto vai priorizar a defesa de Bolsonaro (com as desculpas, mentiras e "falhas de memória" usadas para proteger o governo).

O jornal de hoje traz documentos que provam que a prioridade do Itamarati sempre foi a aquisição do medicamento sabidamente ineficaz, nunca da vacina.

Mais de uma vez, em seu espetáculo diário de desinformação, Bolsonaro criticou quem condenava a cloroquina "sem dar alternativa".

É o tipo de argumento que revela o nível cognitivo de seus apoiadores. Se não existe remédio eficaz, fiquemos com o ineficaz...

Na verdade, porém, sempre teve alternativa.

A alternativa era isolamento social, uso de máscara, garantia de renda, fortalecimento do SUS. E a preparação do país para a vacinação que, sabia-se, chegaria em algum momento.

O governo federal boicotou zelosamente cada um destes elementos. É o grande responsável pela tragédia em curso no país.

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