Nilson Lage
Por que policiais não revelaram logo os nomes de suas vítimas?
Porque essa é uma forma de diluir sua identidade, como se fossem bichos. Por isso os chamam, sem provas, de "suspeitos", palavra que, objetivamente, não quer dizer nada.
Por que a imprensa chama o que sempre foi “chacina” e “massacre” de “ação policial”?
Porque o eufemismo é inventado pelos criminosos para ocultar a natureza real de seus crimes. Há editores medrosos e repórteres corruptos, nefelibatas ou que jamais ouviram falar em semiologia.
O que se passou, enfim, no Jacarezinho não foi uma operação de repressão do tráfico de drogas. A polícia não faz mais isso, a sério, há muito tempo.
Pode ter sido ato terrorista, vingando colega morto (como os mazistas faziam: para cada um dos soldados mortos, dez civis fuzilados)
Todos sabem onde ficam os pontos de venda e quem vende: não há repressão (fora, para constar, apreensões combinadas) porque o tráfico está articulado com vereadores, deputados, desmbargadores, juízes e as prórias instâncias policiais e de segurança interna.
Se houvesse intenção de limitar o tráfico bastaria seguir a trilha das toneladas que passam, por aeroportos, portos e divisas. Não há como derrrubar florestas podando árvores e respeitando os troncos.
Todo mundo sabe que o ópio (opiáceos, heroína) é um negócio inglês cultivado desde meados do Século XIX (as guerras do ópio, que submeteam a China), de que os americanos se apropriaram ao invadir o Afeganistão e assumir o comando dos campos de papoulas. A cocaína é igualmente hoje negócio dos gringos que, dizem, por causa dissso (consultem, no Google, “episódio Irã-contras”), plantaram uma porção de “bases militares” na Colômbia.
Consta que parte do negócio ds drogas latino-americanas (o ópio é da Big Pharma) sustenta grupos de extrema direita hoje alojados no Partido Republicano e que subordinam tanto o mercado paralelo das igrejass neopentecostais (para lavagem de dinheiro) quanto núcleos locais ligados à quadrilha familiar que governa o Brasil.
O que aconteceu no Jacarezinho, ao que me diz gente conhecida, foi um operação disparatada, desumana, cruel e incompetente (a ponto de dar rajadas em carros do metrô) de vanguarda miliciana para tomar o controle do tráfico no Jacarezinho, alijando o Comando Vermelho. Dizem que a milícia tem associação oculta com o PCC de São Paulo, que guarda relações diplomáticas com gente do PSDB e assumirá a comunidade quando se implantar a paz dos túmulos.
Noticia-se que o traficante de armas fornecedor do CV – e, é claro, morador na Barra da Tijuca – já foi preso, sinal de que a guerra prossegue na esteira da batalha.
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