sábado, 8 de maio de 2021

A guerra entre os traficantes


Nilson Lage

Por que policiais  não revelaram logo os nomes de suas vítimas?

Porque essa é uma forma de diluir sua identidade, como se fossem bichos. Por isso os chamam, sem provas, de "suspeitos", palavra que, objetivamente, não quer dizer nada.

Por que a imprensa chama o que sempre foi “chacina” e “massacre” de “ação policial”?

Porque o eufemismo é inventado pelos criminosos para ocultar a natureza real de seus crimes. Há editores medrosos e repórteres corruptos, nefelibatas ou que jamais ouviram falar em semiologia.

O que se passou, enfim, no Jacarezinho não foi uma operação de   repressão do tráfico de drogas. A polícia não faz mais isso, a sério, há muito tempo. 

Pode ter sido ato terrorista, vingando colega morto (como os mazistas faziam: para cada um dos soldados mortos, dez civis fuzilados)

Todos sabem onde ficam os pontos de venda e quem vende: não há repressão (fora, para constar, apreensões combinadas) porque o tráfico está articulado com vereadores, deputados, desmbargadores, juízes e as prórias instâncias policiais e de segurança interna. 

Se houvesse intenção de limitar o tráfico bastaria seguir a trilha das toneladas que passam, por aeroportos, portos e divisas. Não há como derrrubar florestas podando árvores e respeitando os troncos.


Todo mundo sabe que o ópio (opiáceos, heroína) é um negócio inglês cultivado desde meados do Século XIX (as guerras do ópio, que submeteam a China), de que os americanos se apropriaram ao invadir o Afeganistão e assumir o comando dos campos de papoulas. A cocaína é igualmente hoje negócio dos gringos que, dizem, por causa dissso (consultem, no Google, “episódio Irã-contras”), plantaram uma porção de “bases militares” na Colômbia. 

Consta que parte do negócio ds drogas latino-americanas (o ópio é da Big Pharma) sustenta grupos de extrema direita hoje alojados no Partido Republicano e que subordinam tanto o mercado paralelo das igrejass neopentecostais (para lavagem de dinheiro) quanto núcleos locais ligados à quadrilha familiar que governa o Brasil. 

O que aconteceu no Jacarezinho, ao que me diz gente conhecida, foi um operação disparatada, desumana, cruel e incompetente (a ponto de dar rajadas  em carros do metrô) de vanguarda miliciana para tomar o controle do tráfico no Jacarezinho, alijando o Comando Vermelho. Dizem que a milícia tem associação oculta com o PCC de São Paulo, que guarda relações diplomáticas com gente do PSDB e assumirá a comunidade quando se implantar a paz dos túmulos.

Noticia-se que o traficante de armas fornecedor do CV – e, é claro, morador na Barra da Tijuca – já foi preso, sinal de que a guerra  prossegue na esteira da batalha.

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