Sentimentos pessoais, particulares, quase íntimos são revelados por essa Parte 6 da #vazajato do Intercept, divulgada hoje com mais diálogos entre Sergio Moro e os procuradores.
As entrelinhas dos diálogos, as frases só aparentemente submersas naquelas articulações cerebrais, denunciam que aqueles homens eram e ainda devem ser encantados por Lula.
Instigados pelo juiz, que busca desesperadamente derrotar Lula, os procuradores submissos às suas ordens agem como crianças numa gincana escolar.
Mas com um sentimento que não conseguem esconder, uma admiração apertada no peito pela figura de Lula, o réu especial que eles teriam de subjugar a qualquer custo, não no processo, mas no esquema de propaganda que pretendiam montar com a ajuda da imprensa.
Os diálogos expõem essa tensão ofegante no ambiente da Lava-Jato. Muito mais do que delitos, os vazamentos acabam por expor homens tomados por um encantamento que os sufoca e oprime. É preciso agir rápido e ser mais esperto do que Lula.
Moro e os procuradores acabam por denunciar dentro deles uma aflição que os excita e os mobiliza. Essa agonia é detalhada em cada uma das conversas dessa Parte 6.
Eles precisam derrotar publicamente a inteligência, a astúcia e a força de Lula. Os homens da Lava-Jato foram atormentados pela sedução exercida por Lula e por isso eram consumidos por aquela pulsão que aparece nos diálogos e também por isso sofreram tanto.
O ex-juiz é o que mais sofre até hoje. O sofrimento de Sergio Moro é teatral, rodrigueano, é um dilacerado sofrimento de palco.
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