quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Os delírios de Ernesto Araújo



Ishaan Tharoor
Foreign affairs writer  @WashingtonPost, anchor of Today’s WorldView. Teaching
@GeorgetownSFS
Hard right Brazilian Foreign Minister Ernesto Araujo, who believes climate change is a Marxist conspiracy, is speaking at @heritage right now. Currently complaining about left "infiltration" in the system.

Araujo says @jairbolsonaro is creating "a liberal-conservative amalgam" on top of "nationhood, family, traditional ties" and opposed to "globalism."

This is a fascinatingly ideological speech for a foreign minister abroad (and somewhat incoherent). "Our civilization is losing its symbols," he says. Now is talking about theories of "hegemony" and lecturing about Rosa Luxembourg and "symbolic confiscation."

Straight up projection here: Re the left, "what they're criticizing is what they're preaching."

I've never heard Araujo speak before and it's striking how rambling and incoherent his remarks are. Now says something about 21st century socialism being Gramsci meeting the drug cartels. Now is namedropping Marcuse and the whole Frankfurt school. Now is talking abt Foucault.

This is amazing. Unclear if he's ever read critical/neo-Marxist theory beyond Wikipedia entries, but he's asking a lot of an audience at the Heritage Foundation to know what he's talking about. Okay, now to the meat of his views:

Globalism is three parts: Climate change ideology, hatred of one's own and another I missed, sorry.

"The whole point of climatism is to end normal, democratic debate," says Araujo, and now lumps his people alongside Americans, Brexiteers and says the "system" of climate change activists (I guess) want to end freedom of speech.

"Climate became a debate shutter," says Brazil's foreign minister, complaining about the uproar over the Amazon. Says Trump and Bolsonaro "are the main ones fighting the system," "outside of the globalist pact."

The speech by the Brazilian foreign minister at @heritage could have been delivered by a US campus conservative as a PragerU, complaining about the media, globalist system, etc. It's been an endless screed of victimhood from someone in power.

Yep, Araujo now complaining about the evil left wanting to take red meat away from us.

"Social justice" is only "a pretext for dictatorship," says Araujo. Now they want to do the same with climate change, he adds. "Brazil is being Otherized." He's firing shots across the bow ahead of a politically fraught week at the UN later this month.

Concluding statement: "The Amazon is ground zero in the fight against globalism and the recovery of human dignity [or was it soul?]."

There's a fascinating disconnect between US right and whatever it is Araujo represents: The latter truly sees his politics as a reaction to a left-wing orthodoxy (hence all the snarling at Lacan, Lukacs, and all the other leftist intellectuals he name-checked.)

Beyond its moping about campus leftists, the American right would never care about these people or engage their ideas (however absurdly) in a foreign policy speech. Araujo offered a distinction between Leninism and Stalinism, as if anyone in @heritage gives a damn.

When I interviewed Brazilian VP @GeneralMourao earlier this year, he seemed pretty exasperated with Araujo. https://beta.washingtonpost.com/world/2019/04/15/tough-job-brazils-vice-president/

Tradução automática

O ministro de extrema-direita das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araujo, que acredita que a mudança climática é uma conspiração marxista, está falando no @heritage agora mesmo. No momento, reclamando de "infiltração" de esquerda no sistema.

Araujo diz que @jairbolsonaro está criando "uma amálgama liberal-conservadora" em cima de "nação, família, laços tradicionais" e contra o "globalismo".

Este é um discurso fascinantemente ideológico para um ministro dos negócios estrangeiros no exterior (e algo incoerente). "Nossa civilização está perdendo seus símbolos", diz ele. Agora é falar de teorias de "hegemonia" e dar lições sobre Rosa Luxemburgo e "confiscação simbólica".

Transcrição direta aqui: À esquerda, "o que eles estão criticando é o que eles estão pregando".

Nunca tinha ouvido Araújo falar antes e é impressionante a incoerência divagatória dos seus comentários. Aqui diz algo sobre o socialismo do século XXI ser Gramsci encontrando-se com os cartéis de drogas. Ali está citando Marcuse e toda a escola de Frankfurt. Acolá está a falar de Foucault.

Isto é espantoso. Não está claro se ele já leu a teoria crítica/neo-Marxista além das entradas da Wikipédia, mas ele está pedindo muito de um público da Heritage Foundation para saber do que ele está falando. 

Ok, agora o filé de seus pontos de vista:

O globalismo tem três partes: Ideologia da mudança climática, ódio de um e de outro que eu perdi, desculpe.

"O objetivo do climatismo é acabar com o debate democrático normal", diz Araujo, e agora coloca o seu povo ao lado dos americanos, Brexiteers e diz que o "sistema" dos ativistas da mudança climática (eu acho) quer acabar com a liberdade de expressão.

"O clima tornou-se uma porta de entrada para o debate", diz o ministro das Relações Exteriores do Brasil, reclamando do tumulto sobre a Amazônia. Trump e Bolsonaro "são os principais combatentes do sistema", "fora do pacto globalista".

O discurso do ministro brasileiro das Relações Exteriores em @heritage poderia ter sido proferido por um conservador num campus americano como PragerU, reclamando sobre a mídia, o sistema globalista, etc. Tem sido um contrapiso interminável de vitimização de alguém no poder.

Sim, Araujo agora reclamando sobre a esquerda malvada querendo tirar a carne vermelha de nós.

A "justiça social" é apenas "um pretexto para a ditadura", diz Araujo. Agora eles querem fazer o mesmo com a mudança climática, acrescenta. "O Brasil está sendo transformado em Outros". Ele está a disparar tiros na proa antes de uma semana politicamente carregada na ONU no final deste mês.

Declaração final: "A Amazônia é o Marco Zero na luta contra o globalismo e a recuperação da dignidade humana [ou era alma?].

Há uma desconexão fascinante entre a direita dos EUA e o que quer que seja que Araujo representa: Este último vê verdadeiramente sua política como uma reação a uma ortodoxia de esquerda (daí todo o rosnar de Lacan, Lukacs e todos os outros intelectuais de esquerda que ele mesmo nomeou.)

Além de sua lamúria sobre os esquerdistas do campus, a direita americana nunca se importaria com essas pessoas ou engajaria suas idéias (mesmo que absurdamente) em um discurso de política externa. Araujo ofereceu uma distinção entre Leninismo e Estalinismo, como se alguém em @heritage desse a mínima.

Quando entrevistei o vice-presidente brasileiro @GeneralMourao no início deste ano, ele parecia bastante exasperado com Araujo. https://beta.washingtonpost.com/world/2019/04/15/tough-job-brazils-vice-president/

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