Leandro Fortes
A pandemia do coronavírus tem servido para mostrar, de forma devastadora, a inutilidade absoluta das religiões, ao mesmo tempo que reforça a única crença possível, em meio ao desespero social: um Estado forte e solidário, única força capaz de garantir a sobrevivência da humanidade.
A proibição de realização de cultos religiosos não é somente uma atitude sanitária correta e providencial. É o reconhecimento de que não há salvação em ritos, milagres e orações. Somente a ciência é capaz de nos dar as armas e as ferramentas para seguir adiante - a mesma ciência que, no Brasil, passou a ser atacada por um governo de dementes controlado, em grande parte, por fanáticos religiosos e mercenários da fé (e da ignorância) alheia.
Os defensores das teses de Estado mínimo e os aventureiros das reformas que, hoje, levam o Brasil ao fundo do poço social, se deram conta, apavorados, que estavam cavando a própria cova.
Bastou o cagaço de uma epidemia para a classe média brasileira - reacionária, iletrada e, principalmente, apavorada - choramingar atrás do Sistema Único de Saúde. O mesmo SUS que, desde o golpe de 2016, o lobby dos planos de saúde tenta desmontar e destruir, impiedosamente.
Diante do desastre sanitário que se anuncia, as discussões sobre reformas e privatizações se tornaram inócuas, anacrônicas e ridículas.
O Brasil precisa se voltar, outra vez, para o fortalecimento de políticas públicas de assistência social e distribuição de renda.
Precisa revogar a emenda constitucional 95, aprovada no governo golpista e criminoso de Michel Temer, que congelou investimentos públicos por 20 anos.
E precisa se livrar, antes que seja tarde, de Bolsonaro e sua trupe de mentecaptos.
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