UOL Economia
O dólar comercial operava em forte alta nos primeiros negócios de hoje, e renovou o recorde acima de R$ 5,20, com os investidores preocupados sobre o impacto econômico do coronavírus e à espera da decisão de política monetária do Copom.
Por volta de 10h19, a moeda norte-americana avançava 2,84%, a R$ 5,145 na venda. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em forte queda de 7,46%, a 69.048,82 pontos. Na véspera, a Bolsa fechou em alta de 4,85%, aos 74.617,24 pontos.
Ontem, o dólar fechou em queda de 0,88%, vendido a R$ 5,002.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Novas intervenções do BC
O Banco Central volta a atuar nos mercados hoje, oferecendo leilões de linha com compromisso de recompra no valor de até US$ 2 bilhões. Intervenções semelhantes aconteceram ontem e na sexta da semana passada.
Expectativa de corte de juros no Brasil
Investidores aguardam uma provável redução na taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 4,25% ao ano. O Copom (Comitê de Política Monetária), responsável por definir a Selic, está reunido desde ontem e deve anunciar a decisão até às 18h.
A expectativa é que novo corte nos juros seja adotado como mais uma medida para tentar estimular os mercados diante da pandemia de Covid-19. A iniciativa acompanharia a decisão dos bancos centrais das principais economias. O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), por exemplo, cortou no domingo os juros em um ponto percentual, para perto de zero, em uma decisão emergencial.
Estimativas pessimistas
A pandemia de covid-19 tem levado a projeções cada dia mais pessimistas para a economia mundial. O Credit Suisse cortou a estimativa de crescimento do Brasil de 1,4% para 0,0% em 2020 e passou a considerar em seu cenário-base uma recessão técnica na primeira metade do ano, com contração de 0,1% no PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre e de 1,6% no segundo trimestre.
O banco também passou a projetar retração de 1,5% no PIB da América Latina neste ano, devido aos esforços de distanciamento social para contenção do coronavírus e à "rápida queda" de preços de commodities.
* Com Reuters
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