A declaração de Gilmar Mendes de que o Exército, ou o partido militar bolsonarista, está se associando a genocídio na pandemia do coronavírus, Covid-19, abriu a maior crise político-jurídica e com repercussões extremamente graves para o futuro do bloco militar bolsonarista.
Genocídio é crime nacional e internacional, crime sem prescrição. Quando um Ministro do STF levanta esta associação, ou acusação e está no exterior, no recesso judiciário, sabe das consequências jurídicas e políticas do ato. A base político-militar de extrema direita do governo sentiu a acusação e emitiu nota.
As palavras desferidas por Gilmar não têm mais volta e muitos sabem que são palavras e acusações verdadeiras. Há um temor internacional que o Brasil se torne um reservatório permanente de coronavírus, uma doença social endêmica da pobreza, o que obstaculizaria qualquer combate internacional à pandemia, não somente na América do Sul, mas no mundo todo.
Bolsonaro não tem o poder do chefe e ídolo dele, Trump, cuja crise e queda se aproximam também. O partido político militar, ao invés de procurar se desengajar do fogo da crise e recuar cautelosamente, compra a briga de Bolsonaro e com Bolsonaro.
Todos sabem o que acontece com exércitos que entram em batalhas que não podem vencer, ao invés de recuarem para linhas defensivas, querem avançar com flancos expostos e grande vulnerabilidade nesta batalha política, até porque a crise do coronavírus mostra gráficos de genocídios em andamento em grupos sociais vulneráveis, o que dá plena razão para as palavras de Gilmar Mendes, no Brasil e em qualquer fórum internacional, afinal trata-se da irresponsabilidade de um país sem comando e sem Ministro da Saúde no auge da pandemia.