Leandro Fortes
O CONGE DE MASSACHUS
Sérgio Moro tornou-se um meme progressivo porque chegou àquele momento em que, motivado a tirar as mãos do guidão da bicicleta, quedou-se esborrachado ao chão.
Não é um fato novo.
Antes dele, em uma escala experimental, outro juiz, Joaquim Barbosa, sentiu-se inflado dessa autoconfiança pertinente a essa magistratura capturada pela mídia.
A Barbosa, a revista Veja, em seu pior momento, deu uma capa ridiculamente laudatória, "O menino pobre que mudou o Brasil", e, a Rede Globo, um emprego para o filho do então ministro do STF, no staff de Luciano Huck, sem falar no prêmio "Faz diferença", em 2012.
Assim como Barbosa, Moro ganhou o mesmo "Faz diferença", em 2014, da Globo. Em comum aos dois, a ofensiva judiciária sobre o PT, o primeiro, relator do Mensalão; o segundo, executor da Lava Jato.
Barbosa tornou-se refém da própria vaidade e, desde que foi descartado, tenta uma carreira inútil de tuiteiro lacrador.
Moro cometeu o erro de abandonar o porto seguro da magistratura para tornar-se avalista de um governo desvairado, ligado às milícias do Rio, apenas pela promessa vã de ocupar, em dois anos, uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
Esqueceu-se ou não deu a importância devida ao fato de que, fora da bolha do Judiciário, teria que se expor sem os recursos de photoshop e edição de vídeo. O resultado é esse que presenciamos, não sem algum espanto: um ministro frágil, de voz risível, incapaz de articular duas frases sem cometer erros crassos de português, vazio de ideias e doente de ambição.
Um conge que, ao que parece, esmera-se apenas em engordar.
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