sábado, 31 de agosto de 2019

Os militantes do ódio


O COMBUSTÍVEL É O ÓDIO

Cristóvão Feil

O bolsonarismo é tão vulgar que sequer reclama ser fascista. Este exigiria pensamento e ação orgânica coordenada desde o centro interno do hipotético movimento, e não desde fora, como é o caso brasileiro.

Mas há, sim, um ponto de contato entre fascismo e o ajuntamento bolsonarista. Me refiro ao ódio, uma importante dimensão constitutiva do humano, que de fato foi über politizada pelos nazis até ao limite do horror.

O ódio exige inimigos o tempo inteiro.

Os militantes do ódio precisam de carne fresca para o seu repasto diário de fel e sangue inocente.

Todas as frustrações humanas são convocadas pelos aprendizes de fascismo e postas à serviço da causa da desumanidade em tempo integral.

Como não há pensamento a gerir o carrossel do nada, eles vivem da factualidade cotidiana, na sucessão monótona, neurótica e mecânica do puro fato.

Como dizia Marcuse, eles vivem "o mundo da factualidade bruta, sem espaço nem tempo para ideais".

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