Moisés Mendes
Alguém perguntou a Glenn Greenwald, ontem no Roda Viva, o que ele faria se soubesse que pagaram o hacker para ter acesso às conversas escabrosas da Lava-Jato.
A resposta deveria ser estudada já a partir de hoje em aulas de jornalismo: jornalista não é polícia.
Jornalista divulga informações relevantes, de interesse público, obtidas legal ou ilegalmente. Aqui e em qualquer democracia (ou deveria ser assim também no Brasil).
O que não pode é comparar hacker com autoridade que faz vazamentos seletivos de informações do próprio trabalho para tentar favorecer ou comprometer uma das partes, como fizeram na Lava-Jato.
Outro bom momento foi quando da pergunta sobre os estragos que os vazamentos podem causar na Lava-Jato, se eventualmente beneficiarem já condenados.
A resposta: Sergio Moro e seu pessoal se consideram acima do bem e do mal, a ponto de achar que qualquer informação que os contrarie pode conspirar contra feitos que consideram inquestionáveis? A verdade absoluta está sempre com eles?
Resumindo, Glenn Greenwald deu boas lições à atrapalhada bancada de jornalistas que tentou cercá-lo de todas as formas.
Tentem ser menos oficialistas, menos policialescos, menos governistas e menos lavajatistas. Sejam jornalistas.
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