Mario Marona
GUGA CHACRA CHOROU.
PARABÉNS.
Guga Chacra chorou no Manhattan Connection quando falava sobre as mortes causadas pelo COVID-19.
Respeito sua emoção.
Ilse Scamparini também se comoveu a ponto de chorar ao falar sobre sua amada Itália numa entrada ao vivo no JN.
Jornalista por 36 anos até deixar a profissão para me tornar consultor e assessor de imprensa, há 11 anos, nunca deixei de me emocionar com o sofrimento alheio e com o meu próprio.
Chorei algumas vezes por ter tido minha liberdade roubada durante a ditadura militar.
Chorei muitas vezes, de desespero, quando colegas, conhecidos e amigos foram presos, torturados e, alguns, assassinados pelo regime que uma parte do povo brasileiro hoje quer de volta.
Chorei de indignação quando vi um líder como Brizola, destinado a reatar o nó da história que havia sido rompido pelo golpe de 64, ser alvo de uma campanha brutal da mídia, da direita e de parte da esquerda para impedi-lo de se tornar presidente.
Chorei quando soube que uma senhora muito pobre disse, ao receber luz elétrica em sua casa de pau a pique, no sertão nordestino: “É a primeira vez que eu vou enxergar meus filhos dormindo”.
Naquele dia, Lula estava lá e chorou antes de mim.
Chorei quando acompanhei muito de perto o golpe que destituiu a primeira mulher que presidiu o Brasil – uma presidenta honesta, honrada e que jamais cometeu qualquer crime que pudesse justificar sua derrubada por um bando representado pelo voto infame e repugnante de um certo Jair Bolsonaro.
Chorei quando forjaram a prisão de Lula para que ele não pudesse ser candidato e chorei mais ainda quando vi ser eleito, com apoio da mesma mídia que destruiu Brizola, e que hoje se faz de desentendida, a figura mais abjeta que a política brasileira já produziu.
Chore, Guga Chacra, você tem esse direito.
Mas olhe para o teu país e sua história e, quem sabe, você descerá de sua confortável e obsequiosa "isenção" e encontrará mais motivos para derramar lágrimas sentidas. Mesmo que seja sozinho, em casa, discretamente.
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