Moisés Mendes
Pela primeira vez os jornalistas deixaram Bolsonaro falando sozinho nesta quarta-feira, ao lado da cerquinha na saída do Alvorada. Foram embora e não participaram da farsa armada com um humorista da extrema direita que fazia propaganda de Bolsonaro e da TV Record.
Pelo relato do repórter Gustavo Uribe na Folha, a decisão de virar as costas e ir embora foi tomada ali, na hora, de improviso.
Se não há uma orientação dos comandos das redações e uma decisão em conjunto de todos os veículos, isso quer dizer que nesta quinta os jornalistas poderão estar lá de novo?
A palhaçada diária acontece com ou sem um palhaço profissional e vem sendo avalizada pela imprensa.
Há quem defenda que a cobertura na cerquinha, com a presença das câmeras da Globo, acaba por expor Bolsonaro. Mas os momentos mais grotescos, divulgados nas redes sociais, não são mostrados pela Globo.
Um argumento para ficar e registrar as bobagens é o de que, se um jornalista sair, os outros ficarão. O que sair vai ficar sem a informação, que poderá em algum momento ser a besteira que levará à queda.
Bolsonaro usa as TVs e os jornais para debochar de qualquer situação todas as manhãs. Hoje, sem saber o que dizer, debochou do crescimento de apenas 1,1% do PIB em 2019. Bolsonaro consegue rir do próprio fracasso e da morte da economia.
Mas o povo adora, porque o sujeito passa autenticidade ao dizer tudo o que pensa. Quem é capaz de vislumbrar uma salvação?
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