A tragédia grega da família Bolsonaro, o que isso nos influencia e por que estamos ferrados:
01 - O filho mais discreto, de relativo diálogo e que você, mesmo sendo da oposição, pode, por exemplo, pedir pra ele assinar um requerimento para o seu projeto, que ele assina na boa (inclusive dizem as boas línguas, as que beijam e as que bebem, que ele tem uma boa relação com o Jacques Wagner, do PT no senado e era amigo pessoal do ex-deputado do PT/RJ, Carlos Santana) é, também, o filho mais enrolado judicialmente: Flávio Bolsonaro.
Este é também o filho que o Bolsonaro menos gosta, o filho maldito da família. Aliás, não apenas o pai, os irmãos sequer tem boa convivência com ele. Entre Flávio e Eduardo impera uma relação nível família de mafioso italiano.
Recai sobre ele o escândalo das rachadinhas e a relação com as milícias, quando na verdade ele é um mero testa de ferro do seu pai e do filho mais insano, menos burro, porém o mais ativo da família, que é o que vem a seguir:
02 - Carlos Bolsonaro é mais influente dos 3 filhos. Seu pai se refere a ele como "o pitbull da família". Opera uma verdadeira máquina de guerra nas redes em prol do clã. Tem severos problemas de ordem psicológica e vive numa intensa sanha psicótica, a ponto de subir os oito andares que vai do térreo até o seu gabinete no Centro do Rio de Janeiro de escada, porque não anda de elevador. Todos os dias faz caminhos diferentes, e, mesmo sendo muito jovem, dizem que era o verdadeiro elo entre o pai e o a "turma" de Rio das Pedras. Daí o rancor de seu irmão mais velho, Flávio para com ele. Nos bastidores dizem que Flávio, na prática, culpa seu pai e o Carlos por enlamearem o seu nome com os milicianos de Rio das Pedras. Por isso que Bolsonaro, munido de sentimento de culpa, se possível põe tudo a perder para que o Flávio não seja preso.
Porém, apesar do Carlos ser o mais beligerante, está longe de ser o mais perigoso, que é o que vem a seguir:
03 - Quem lembra da família Bolsonaro até pouco tempo atrás sabe que eles estavam longe de serem ultraliberais ou defensores da Escola Austríaca. Encostados nas tetas do Estado, Bolsonaro e Flávio, principalmente, eram "estatistas" e críticos das reformas trabalhistas e previdenciárias até o governo Temer. Quem, por aproximação com ala da direita jovem paulistana, dos caras do MBL, do Pânico no Rádio e com think tanks dos Estados Unidos, foi o Eduardo Bolsonaro. O verdadeiro olavista da família e o mais jovem dentre os três.
O mais radical, ultradireitista convicto, Eduardo Bolsonaro aproximou o patriarca de toda a escumalha do Instituto Mises, do MBL, ao Olavo de Carvalho apresentou para ele a Escola Austríaca, Paulo Guedes, e mesmo o pai sem entender nada daquilo, foi convencido pelo filho que ele já estava surfando numa onda cultural protofascista favorável, porém se aproximasse do mercado financeiro sua vitória em 2018 estaria praticamente garantida.
Para quem não se lembra, Eduardo Bolsonaro é policial federal e, já parlamentar pelo estado de SP, possuía informações privilegiadas da Operação Lava-Jato. Tanto que no dia da condução coercitiva de Lula, era ele, junto com o pai, que já sabiam que a operação (sigilosa) seria deflagrada. Dormiram um dia antes de Curitiba e ficaram lá pela manhã soltando fogos no telhado da sede da Polícia Federal da capital paranaense desde as 7 horas da manhã já esperando a chegada de Lula, que não ocorreu.
Eduardo Bolsonaro é o mais americanófilo dos 3 e foi responsável pela aproximação do pai com o Steve Bannon, hoje, talvez, o mais influente mecenas da extrema direita mundial e um dos responsáveis pela vitoria de Trump nos EUA.
Eduardo Bolsonaro é o mais violento, mais frio e mais consciente do que é o neoliberalismo. É, também, o cara que, tal qual o seu pai e o seu irmão do meio, o 02, não abdicaria de usar de violência para exterminar esquerdistas e adversários. Não obstante, é também o maior entusiasta de uma ditadura militar.
Agora, o por que eu disse lá no início do texto que estamos ferrados?
Porque Eduardo, o mais maldoso, neoliberal e perverso, é também o filho preferido de Jair Bolsonaro - que mal consegue esconder isso.
O sonho de Jair Bolsonaro para 2022 não seria nem uma reeleição. Bolsonaro não tem uma boa saúde, nunca foi dado ao trabalho e nitidamente se sente desconfortável na cadeira presidencial. Até pode concorrer, mas todo mundo sabe que o seu projeto mesmo é fazer do seu filho mais cruel e sanguinário o seu sucessor. Seja em 2022 ou 2026.
Estamos na mão de um clã parecido com Saddam Hussein e seus filhos. Com o agravante que pelo menos Hussein e os filhos eram cruéis, porém legitimamente nacionalistas. Já os Bolsonaros nem isto. São só ruins mesmo.
Chorando por antecipação
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