quarta-feira, 29 de abril de 2020

A ucranização do Brasil

Peço desculpa se eu encho a timeline de todos os dia inteiro, mas é que esse governo não dá um dia de trégua e acabo deixando aqui registros que creio que sejam importantes para ler daqui alguns anos.

Por exemplo, membros do parlamento e do governo Bolsonaro começaram esta semana a fazer referência claras ao neonazismo. E dessa vez não é exagero.

Para isso precisamos voltar ao ano de 2013. Sei que isso irrita muita gente da esquerda, é um calo no pé de vocês, uma mancha nas suas almas, mas infelizmente é isso que vocês têm que carregar mesmo. Resta é tomar vergonha na cara daqui pra frente, admitir o erro, tentar corrigir a besteira e não cair na mesma idiotice futuramente.

Em 2013, enquanto rolava aquela revolução colorida no Brasil, um país da Europa chamado Ucrânia vivia uma processo chamado "Euromaidan".

Povo na rua para derrubar um governo contestável, mas anti-imperialista e não alinhado aos Estados Unidos e União Europeia.

Foi uma "maravilha", povo na rua, menininhas com lágrimas nos olhos chorando contra a corrupção, vídeos de esperança, mascarados, anarquistas, trotskystas, liberais, todos juntos de mãos dadas, abertura política, democracia, derrubam o governo e... ascende ao poder um grupo político chamado Svoboda. Esse partido é declaradamente neonazista. Sim meus amigos, dessa vez não é dedução ou análise de fatos, é AUTODECLARAÇÃO, os militantes e políticos do Svoboda se declaram ultranacionalistas inspirados no nazismo alemão.
Um dos principais grupos de protesto era um grupo "feminista" chamado Femen.

Pois bem, concomitantemente a este processo, no Brasil, setores de esquerda com lágrimas nos olhos contra a corrupção saíam às ruas, meninas do Femen Brasil ajudavam a protagonizar tais atos.

Dentre elas: Sara Winter e Carla Zambeli. Ambas defendidas ferrenhamente pela esquerda que acusava qualquer companheiro que fazia a crítica daquilo tudo de "governistas" e "reacionários".

Grupos de direita fizeram aquilo que alguns setores da esquerda tiveram a coragem de denunciar na época e foram ACOSSADOS pela própria esquerda: DIZÍAMOS CLARAMENTE QUE A DIREITA ESTAVA USANDO PAUTAS IDENTITÁRIAS PARA SE SE BLINDAR DE CRÍTICAS E ASSIM BOMBARDEAR POR DENTRO UM GOVERNO PROGRESSISTA, CRIAR UMA FISSURA NA SOCIEDADE CIVIL E INVIABILIZAR A ESQUERDA ELEITORALMENTE.

Éramos acusados basicamente de duas coisas: machistas e racistas. E assim interditaram o debate até dar no deu.

Falávamos mais. Aqueles protestos tinham SIM financiamento e treinamento do exterior e que aquilo visava derrubar um governo progressista.

Pois bem, agora Sara Winter é funcionária do governo Bolsonaro, no ministério da Damaris, e Carla Zambeli é, talvez, a deputada mais bolsonarista do congresso.

Sara Winter começou a falar em "ucranizar" o Brasil, e o deputado Daniel Silveira, um PM do Rio de Janeiro, falou também em "ucranizar o Brasil.
E Sara Winter diz mais, admite que foi TREINADA na Ucrânia e está convocando voluntários para comer o processo por Brasília.

E aí, teve ou não teve interferência externa e de extrema-direita em 2013?

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