quarta-feira, 22 de abril de 2020

Liberdade é uma palavra safada



Comparar países que cercearam liberdades para se tentar atingir um maior padrão de igualdade social (porque o ocidente sempre usou a ideia de liberdade de consumo para atacar o socialismo) com países que cerceiam as liberdades para manter  tudo como está, é pura desonestidade. Apenas canalhas fazem isso.

Cubano não tem liberdade de consumo. Brasileiro não tem vergonha na cara. O que é pior?

Portanto, eu cerceio a liberdade de expressão de idiotas (de esquerda e de direita) no meu facebook. Alguns limites eu não admito que cruzem porque por mais que pareça besteira, aqui tem uma visibilidade relativamente alta e não posso fazer que meus textos sirvam de palanque para dementes e ideias estúpidas. Vocês conseguem compreender isso?

Porque uma coisa é debate de ideias, outra coisa é fazer com que isso daqui vire, sem querer, um canal de interlocução entre reacionários e idiotas da super-esquerda-limpinha. 

E um desses limites é falar mal do Lula. Entrou aqui comparando o Lula com FHC ou falando alguma merda dele é block na hora. Pessoalmente até posso debater isso educadamente, mas em rede social, com centenas de pessoas lendo, jamais. 

Eu costumo dizer que queria ter duas bundas, porque essa que eu tenho aqui já é do Lula. 

Na minha página a última palavra é sempre a minha e as minhas ideias soberanas. Quem quiser se opor, estejam livres, mas argumentem como seres pensantes que eu vou dialogar na moral, pois  se comportarem como jumentos, eu vou responder com a mesma virulência de um ELIAS MALUCO. Deixem para fazer nas suas páginas. Lá com meia dúzia de gente vendo, podem me xingar a vontade, podem até me marcar, foda-se. 

Eu não sou remunerado para escrever. Se alguém quiser ficar enchendo o meu saco, eu cobro. Bota 100 reais na minha conta que eu dou direito de uma discordância idiota e 1 resposta. Promoção, 50 reais para cada estupidez. Se não for o caso, bota as mãos dentro da calça e segure a vontade de falar merda ou cagar pelos dedos.

Eu odeio a palavra "liberdade", por exemplo, porque acima de tudo eu a acho uma palavra safada.

Foi a liberdade que deu legitimidade para que a deputada Ana Campagnolo aviltasse e tornasse o inferno a vida dos profissionais de educação. Foi a liberdade também, desmedida, que fez com que essa mesma pessoa ensinasse nas escolas que ela dava aula que o "nazismo é de esquerda" sem retaliação ou punição.

O relativismo deve matar quase tanto quanto o neoliberalismo. Até porque pode-se até dizer que o relativismo como usado no século XXI é um irmãozinho do neoliberalismo.

A liberdade da classe-média é linda, uma maravilha, aí é fácil meter carteirada, de "nossos corpos em movimento, com todas as suas potências", como fizeram em 2013. Cadê os movimentos e as potências agora?

Pois bem, tem gente aqui que acha que eu não sou a favor do impeachment do Bolsonaro por causa do texto que eu escrevi ontem comparando o FHC com o Bozo. Na verdade eu desejo até pior para o Bolsonaro, eu desejo para ele e a família dele coisas que não posso nem escrever em público.

Eu perco tempo do meu dia, voluntariamente, desejando o mal da família Bolsonaro. Portanto, aprendam a interpretar textos e ironias.

O que eu quis dizer é que o FHC é sim tão corrupto e safado quanto o Bolsonaro. Mas que tem gente de esquerda que detesta o Bolsonaro mas não detesta o FHC porque nunca passaram necessidade (e também por preconceito de classe, admitamos).

Mesmo com todo o envolvimento com milícias, rachadinha, funcionários fantasmas e etc, do Bolsonaro, isso não representa um culhonésimo do volume de dinheiro roubado por FHC e família. Bolsonaro, diferente do FHC, não tem filhos ganhando cargos em diretoria de bancos e consórcios privados após o processo de privatização da Vale. Não tem filho virando acionista da Walt Disney/ESPN no Brasil, após tráfico de influência. Não tem conluio com banqueiros, como o Salvatore Cacciola, oriundo de um rombo bilionário após repassar informações privilegiadas de desvalorização cambial. Não porque a família do Bozo não desejasse isso também, mas é porque nem capacidade cognitiva eles tem para tal.

A corrupção do FHC custou vidas, produziu mortes em filas de hospitais, em buracos nas rodovias, em panelas vazias. FHC botou a taxa de juros do país a 45% e matou muita gente com isso. Na época do FHC vendia-se caixões infantis em mercearias do semi-árido nordestino, porque ali naquele lugar, a toda hora morria uma criança de fome.

Portanto, é fácil odiar o Bolsonaro por conta de sua escrotice estética, sua ligação com milicianos, seu discurso e afins. Mas isso não me dá o direito de achar que o FHC é alguém mais palatável do que ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário