Luis Felipe Miguel
Nem sempre concordo com o que Lula diz. Pior ainda: nem sempre o que Lula diz concorda comigo. Mas ele está certíssimo na avaliação sobre os manifestos que “estão tentando reeducar o Bolsonaro, mas não querem reeducar o Guedes". Podia ter deixado de lado aquela frase sobre não ser maria-vai-com-as-outras, que só serve para criar uma manchete marota e passa a impressão de que é mais um arroubo de hegemonismo. Mas, no que é central, está certo.
Há um movimento para que, no processo de construção das condições para a retirada de Bolsonaro do cargo, a direção política fique nas mãos da direita sem que a esquerda possa sequer contestar.
É isso que se traduz no apagamento do golpe de 2016 e das agressões à classe trabalhadora, na narrativa dos manifestos.
Ou na exigência de não-petismo, não-esquerda, não-vermelho, que surgem nos relatos de muitas pessoas que participam dos grupos de “70%” que estão sendo criados.
Tem que juntar todo mundo para derrubar Bolsonaro, sem exigir nenhum atestado de bons antecedentes? Claro que tem. Mas não dá para calar a voz da esquerda.
Quem está dizendo isso, notem bem, não é nenhum radical, mas Lula, o conciliador.
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