Não tenho problemas em desejar o mal ao Bolsonaro e para toda sua família.
Eu não defendo os preceitos eurocêntricos de democracia liberal e direitos humanos, porém eu não os nego. Eu sei que se a gente chegar ao poder novamente não EXISTIRÁ possibilidade de revolução, teremos que, da melhor forma possível, operar o liberalismo burguês e dentro dos balizadores das regras e normas socialmente estabelecidas. Se brincamos de revolução e coletivização forçada num país como o Brasil, estaremos brincando com a vida de milhões de pobres, e seremos atropelados pelos fatos.
E os governos PT deixaram nítido que ele tem melhor condições de fazer isso do que a direita tradicional, justamente porque o PT sabe dos limites e mazelas do liberalismo e como ele é uma utopia problemática.
Porém, para a moral socialista, a minha moral, não existe problema em querer que o Bolsonaro morra. E não é vingança, maldade, e etc.
Essa balela de que "se eu desejo o seu mal, estou me tornando igual a ele", para mim não é um sentimento de esquerda, é um sentimento católico. E na esquerda latino-americana, eu não tenho um número certo, mas mesmo que o comunista, socialista, social-democrata diga que é ATEU, na verdade, ele está profundamente imerso no sentimento cristão e liberal-burguês, por influência principalmente da Teologia da Libertação.
Defender que o Bolsonaro e o Paulo Guedes morra não é violência, não é sadismo, não é maldade.
É que é MUITO DIFERENTE, moralmente falando, você defender a sublevação da vida de alguém para lutar contra as estruturas que perpetuam a desigualdade, a violência e a miséria, do que alguém que usa da violência para perpetuar tudo como está.
E o Bolsonaro faz isso. Defende ceifar a vida de milhões de pessoas, seja por violência, seja por miséria, seja por doença, para manter os ganhos elevados ao mercado financeiro, o status quo e tudo como está.
Quando um socialista acha que não podemos desejar o mal ao Bolsonaro, ou ao Aécio Neves, ou ao Paulo Guedes, esse cara não está sendo socialista, está sendo o FREI BETTO.
E eu não sou obrigado a reproduzir sentimentos católicos.
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