domingo, 18 de outubro de 2020

Contamos nos dedos os atletas nacionais que emprestaram seu prestígio a lutas contra o autoritarismo

Gilson Caroni Filho

Quem assistiu ao documentário Memórias de Chumbo- Futebol nos Tempos do Condor, dirigido pelo excelente jornalista Lúcio de Castro, ficou chocado com a diferença de consciência política entre os jogadores chilenos, argentinos, uruguaios e os craques brasileiros.

Contamos nos dedos os atletas nacionais que emprestaram seu prestígio a lutas contra o autoritarismo: Afonsinho, Reinaldo, Sócrates, Casagrande. Wladimir, Zenon e, mais recentemente, Juninho Pernambucano.

Mas não é só no futebol. A jogadora de vôlei. Carol Solberg, que foi advertida por gritar "Fora Bolsonaro", uma manifestação legítima de cidadania, não recebeu qualquer apoio de seus pares do mesmo esporte.

No episódio envolvendo Robinho, somente Casagrande veio a público condenar o estuprador, e aproveitou para criticar o comportamento da maior parte da sociedade brasileira, que passa pano para tudo que seja misógino, fascista e racista. Caio Ribeiro, o bundinha que virou comentarista, mesmo tendo acesso aos áudios disponibilizados pelo GE, preferiu defender o jogador alegando o ' benefício da dúvida". Que dúvida?

E, pra encerrar, temos um nadador que saiu das piscinas para abraçar o bolsonarismo e se lançar candidato a prefeito do Rio.

Parece que o esporte nacional guarda afinidade com o que há de mais retrógado no país.

É por isso que enalteço Maradona, Messi e tantos outros. E. mesmo não gostando de Fórmula 1, passei a torcer entusiasticamente por Hamilton. Que ele que quebre todas as marcas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário