Jones Manoel
Uma questão rápida.
Hoje, na abertura de um programa liberal que assisto, o apresentador falou que o caso do Glenn não tinha como ser censura porque o The Intercept é uma empresa e quem aplica censura é o Estado.
É pura ideologia liberal e cínica a ideia de ver o Estado como o reino potencial ou real de toda negação da liberdade e o mercado, ou a "sociedade civil", como portador de toda virtude, e por essência, impossível de negar a liberdade, dado que as relações são contratuais, "consensuais".
Essa visão, além de filosoficamente tosca, é uma brutal fuga ou negação da história. Nesse tipo de visão, a censura objetiva que os monopólios de mídia privados - não tem uma TV que defenda reforma agrária, por exemplo - é legitimada, naturalizada e apoiada.
Aliado a isso, fica difícil explicar como os principais grupos de comunicação da América Latina apoiaram os golpes e as ditaduras militares ou então como legitimam o extermínio e o genocídio cotidiano do povo negro. Na prática, como todo liberal, o que ele chama de liberdade é o direito do capital fazer o que quiser, como quiser e quando quiser. Ou seja, transformam o interesse particular da burguesia de dizer o que quiser numa personificação do interesse universal da liberdade de expressão.
Pura ideologia, safadeza, burrice e canalhice.
E ainda chamam de autoritário o governo ou projeto político que busca democratizar a comunicação e acabar com a censura objetiva realizada pela burguesia, como o Governo de Hugo Chávez.
E ainda tem gente que se considera de esquerda que cai nesse papo de otário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário