quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Glenn Greenwald acusa Intercept de censura e anuncia saída do site

Folha de S. Paulo 

O jornalista americano Glenn Greenwald anunciou que pediu demissão do Intercept, site de notícias que ajudou a fundar em 2013.

Em um longo texto publicado na internet nesta quinta-feira (29), Greenwald afirmou que o motivo de sua saída é a censura imposta pelos editores do portal a um texto que, segundo ele, traria críticas ao candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden.

O Intercept foi procurado, mas não respondeu até a conclusão deste texto.

O jornalista disse que seu direito contratual de liberdade editorial foi quebrado. Ainda de acordo com ele, a condição para que o texto fosse publicado era que as críticas fossem removidas.

Ele afirmou que o artigo discorda da conduta de Biden em relação à Ucrânia e à China, levantadas com base em emails revelados recentemente e depoimentos de testemunhas.

Greenwald escreveu que Biden é "veementemente apoiado por todos os editores" da sede do Intercept, em Nova York, e que também foi solicitado a ele que não publicasse o texto em nenhuma outra publicação.

Disse, ainda, que não se opunha à discordância dos editores com suas opiniões e que sugeriu a eles que escrevessem seus próprios artigos expondo seus pontos de vista, deixando que os leitores decidam quem está certo.

No artigo que alega ter sido censurado, Greenwald critica a forma como a mídia americana tratou o caso revelado pelo tabloide americano New York Post contra Joe Biden, com supostos detalhes de negociações entre o filho do democrata, Hunter, e uma empresa de energia ucraniana. O jornal afirma ter tido acesso a um email que indica que Hunter apresentou o pai, à época vice-presidente dos EUA, a um empresário ucraniano.

Segundo o jornalista, as revelações nunca foram contestadas por Hunter nem pela campanha de Biden, mas a imprensa americana estaria tratando o caso com desprezo e como "desinformação russa". Ainda segundo Greenwald, a mídia americana tem uma ânsia "quase explícita" pela vitória de Biden.

"Um fator importante é a verdade inegável de que jornalistas com veículos nacionais baseados em Nova York, Washington e cidades da costa oeste não apenas favorecem Joe Biden, mas estão desesperados para ver Donald Trump derrotado", afirmou.

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