Mostrando postagens com marcador Mônica Bergamo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mônica Bergamo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Sir O'Gomes faz de palhaços seus possíveis aliados


Ciro desgarra de presidenciáveis e acaba com sonho de candidatura única de centro

Mônica Bergamo

A iniciativa de Ciro Gomes de divulgar filmetes com suas propostas para o Brasil jogou um balde de água fria em políticos que formaram com ele o chamado G-6 —grupo de presidenciáveis que reúne também o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o governador de SP, João Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o apresentador Luciano Huck e o empresário João Amoêdo.

BREQUE

A ideia é que todos, ao menos publicamente, atuassem como se não fossem ainda candidatos, permitindo o diálogo e até, quem sabe, uma candidatura única para 2022. Mas Ciro, nas palavras de um deles, “desgarrou”. E acabou com o projeto de unir a todos em torno de um nome que ganhasse força para se contrapor a Jair Bolsonaro e a Lula na sucessão presidencial.


ACELERADOR

A atitude não surpreendeu: Ciro nunca se comprometeu a retirar a pré-candidatura, ainda que temporariamente, de cena.

ACELERADOR 2

Na semana passada, o PDT anunciou que contratou o jornalista e marqueteiro João Santana para cuidar da comunicação do partido. A legenda desde então já lançou três filmetes em que Ciro fala sobre propostas para o Brasil, numa postura de candidato.


ACELERADOR 3

A integração de Santana ao projeto de Ciro solidificou a certeza de que o pedetista será candidato, chova ou faça sol. O jornalista comandou as campanhas vitoriosas de Lula para presidente, em 2006, e de Dilma Rousseff em 2010 e em 2014.

​com BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO

terça-feira, 6 de abril de 2021

SP tem 1.389 mortes por Covid-19 em 24 h e bate novo recorde

O recorde anterior no número de óbitos registrados em um dia foi de 1.209, da última terça (30)
O estado de São Paulo registrou 1.389 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com dados do governo estadual desta terça-feira (6). O recorde anterior no número de óbitos registrados em um dia foi de 1.209, da última terça (30).

O número impacta a contabilidade nacional, que pode também bater novos recordes nas próximas horas.

O total de casos de Covid-19 registrados desde o início da epidemia até esta terça no estado é de 2.554.841, sendo que 22.794 foram novos registros nas últimas 24 horas. O total de óbitos no território paulista até o momento é de 78.554.

O novo recorde de óbitos no período de 24 horas ocorre em meio a sinais de que as medidas restritivas determinadas pelo governo estadual começam a dar algum resultado. Os dados são ainda são vistos com cautela, mas também algum alívio.

A coluna noticiou nesta terça (6) que o número de pacientes internados em UTIs no estado segue alto, mas estável. Depois de chegar ao pico de 13.120 leitos ocupados na sexta (2), ele se manteve estável até a segunda (5), com 12.963 doentes em estado grave e tratamento intensivo.

​Na segunda (5), o Brasil registrou 1.623 mortes por Covid e 39.629 casos da doença. Com esses números, o país chegou a 13.023.189 pessoas infectadas e a 333.153 óbitos por Covid desde o início da pandemia.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Lava Jato "ajudou a eleger o Bozo" e é preciso se desvincular dele, diz procuradora a Dallagnol em diálogos


Mônica Bergamo

Jerusa Viecili afirma que 'só assim' jornalistas voltariam a confiar na operação e que procuradores ficavam em silêncio até mesmo diante de elogios à ditadura

Os procuradores da Operação Lava Jato discutiram, em março de 2019, uma forma de se desvincular de Jair Bolsonaro para que os jornalistas voltassem a dar credibilidade à operação.

As conversas foram entregues nesta segunda (29) ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela defesa de Lula. Os advogados foram autorizados pela Corte a ter acesso ao material da Operação Spoofing, que investiga o hackeamento dos diálogos.

"Delta, sobre a reaproximação com os jornalistas, minha opinião é de que precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ [Lava Jato] ", diz a procuradora Jerusa Viecili a Deltan Dallagnol no dia 28 de março de 2019. A grafia foi mantida na forma original das mensagens.

Jerusa segue: "Temos que entender que a FT [força-tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ [Lava Jato] será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso (vc sabe)".

A procuradora diz ainda que os integrantes da Lava Jato já haviam tido a oportunidade de desvincular a imagem deles da do presidente, mas que elas foram perdidas.

Afirma que eles teriam feito cobranças mais "fortes" no "caso Fávio" se "fosse qualquer outro político", numa referência a denúncias que envolvem o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.

Na época dos diálogos, o ex-juiz Sergio Moro era ministro da Justiça de Bolsonaro.

"Veja que, no passado, em pelo menos duas oportunidades poderíamos ter nos desvinculado um pouco do Bozo nas redes sociais", escreve Jerusa ao colega. "1. caso Flavio (se fosse qualquer outro politico envolvido, nossa cobrança por apuração teria sido muito mais forte); 2. caso da lei de acesso à informação que o bozo, por decreto, ampliou rol de legitimados para decretar sigilo e depois a Camara derrubou o decreto. A TI fez nota técnica e tudo e nossa reação foi bem fraca (meros retweets). (ao lado do caso Flavio, o proprio caso de Onix Lorenzoni)", afirma a procuradora.

O ministro Onyx Lorenzoni, que na época ocupava a Casa Civil, foi acusado de uso de caixa dois. Na época, Moro disse que "admirava" o colega de governo. E que, "quanto aos erros [de caixa dois], ele mesmo admitiu e tomou prividências para repará-los".

Jerusa diz ainda na mensagem que sequer quando há elogios à ditadura por parte do governo Bolsonaro os procuradores da Lava Jato se manifestaram.

"Agora, com a 'comemoração da ditadura' (embora não tenha vinculação direta com o combate à corrupção), estamos em silêncio nas redes sociais. Não prezamos a democracia? concordamos, como os defensores de bozo, que ditadura foram os 13 anos de governo PT? a LJ teria se desenvolvido numa ditadura?", escreve ela, cobrando um posicionamento de Deltan Dallagnol.

A procuradora fala ainda da preocupação dos colegas com o apoio dos bolsonaristas, o que estaria impedindo um posicionamento mais firme deles em favor da democracia. Ela se refere aos seguidores do presidente como "bolsominions".

"Sei que há uma preocupação com a perda de apoio dos bolsominions, mas eles diminuem a cada dia. o governo perde força, pelos atropelos, recuos e trapalhadas, a cada dia. converse com as pessoas: poucos ainda admitem que votaram no bozo (nao sei como Amoedo nao foi eleito no 1º turno pq ultimamente, so me falam que votaram nele). enfim, acho que defender a democracia, nesse momento, seria um bom início de reaproximação com a grande imprensa. com relação a defender a Democracia, tambem seria importante um discurso de defesa das instituições. Atacamos muito o STF e seus ministros, mas sabemos que a democracia so existe com respeito às instituições. e o STF precisa ser preservado, como órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. pense com carinho ".

Deltan Dallagnol então responde: "Concordo Je. Acho nota esquisita. E se fizermos artigos de opinião? Acho que não da pra bater, mas da pra firmar posição numa abordagem mais ampla".

Ela finaliza: "Isso. defender, sem atacar".

terça-feira, 9 de março de 2021

Gilmar Mendes pauta suspeição e Moro será julgado nesta terça (9) pelo Supremo

Condenação anulará provas dos processos e dificultará novas condenações de Lula


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes decidiu levar a ação de suspeição contra o ex-juiz Sergio Moro para a 2ª Turma da Corte. O caso deve ser julgado nesta terça (9). A sessão começa às 14hs.

A tendência é que Moro seja declarado suspeito pela maioria do colegiado.

O ministro Edson Fachin, tido como favorável ao ex-juiz, pode ainda pedir vista e tentar adiar a decisão. Mas outros magistrados declarariam voto antecipado na sessão e o resultado ficaria sacramentado.

Com isso, todas as provas colhidas nos processos contra Lula que tramitaram na 13ª Vara Federal de Curitiba ficariam anuladas. E toda e qualquer investigação contra ele teria que recomeçar do zero.

As condenações contra o ex-presidente já tinham sido canceladas na segunda (8), por determinação do ministro Edson Fachin. Ele considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar o petista. Com isso, Lula retomou seus direitos políticos.

Fachin, no entanto, disse que a suspeição de Moro não deveria mais ser apreciada. E não anulou as eventuais provas coletadas contra o ex-presidente nos processos comandados pelo ex-juiz.

O ministro determinou que as ações contra o petista fossem enviadas à Justiça Federal do Distrito Federal. E disse que o juiz que será sorteado para os novos julgamentos de Lula poderia decidir se usaria, ou não, as provas que já integram os processos.

Isso facilitaria uma nova condenação de Lula em curto espaço de tempo, já que não seria necessário ouvir de novo todas as testemunhas nem buscar novos documentos que corroborassem as acusações.

Ou seja, os processos já chegariam ao novo juiz prontos para novas sentenças. E novas condenações que, se confirmadas em segunda instância até 2022, voltariam a deixar Lula inelegível.

Por isso o julgamento de Moro nesta terça (9) é considerado crucial para Lula.

Uma eventual condenação por suspeição pode ter impacto também sobre todos os processos comandados pelo ex-juiz em Curitiba, levando a uma anulação em massa de processos da Lava Jato no Supremo.

Lula, 75, tinha sido condenado em duas ações penais, por corrupção e lavagem de dinheiro, nos casos do tríplex de Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).

Por causa delas, ele estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não poderia ser candidato.

A primeira condenação de Moro a Lula, no caso do tríplex, foi confirmada pelo TRF 4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) em janeiro de 2018.

O ex-juiz tinha determinado uma pena de 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os desembargadores elevaram a pena para 12 anos e um mês de prisão.

O STF, pouco depois, votou um habeas corpus de Lula e afirmou que condenados em segunda instância poderiam ir para a prisão, permitindo que Lula fosse encarcerado.

O petista passou 580 dias na prisão. Em novembro de 2019, o STF mudou o entendimento e afirmou que ninguém pode ser preso antes de sentença transitada em julgado, ou seja, apreciada pelas cortes superiores até o último recurso. E Lula foi solto.

Ele passou então a aguardar em liberdade a finalização dos processos a que responde. E sua defesa insistiu no julgamento da suspeição de Moro.

Os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins, que defendem Lula, apontam sete fatos que comprovariam a suspeição de Moro. Entre eles estão a condução coercitiva de Lula para depor, em 2016, e a divulgação de áudios interceptados ilegalmente, da então presidente Dilma Rousseff e dos próprios defensores.

As mensagens divulgadas no escândalo da Vaza Jato, de conversas que mostrariam a proximidade do ex-juiz com procuradores da força-tarefa de Curitiba, não foram incluídas na argumentação dos advogados, apesar de amplamente divulgadas na imprensa.

***

Leia abaixo perguntas e respostas sobre a decisão de Fachin e seus impactos sobre condenações e candidatura de Lula.

O que Edson Fachin determinou sobre as condenações? O ministro determinou a anulação de todas as condenações proferidas contra o ex-presidente Lula pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato.

Lula tinha sido condenado em duas ações penais, por corrupção e lavagem, nos casos do tríplex de Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia. O ministro entendeu que as decisões não poderiam ter sido tomadas pela vara responsável pela operação e determinou que os casos sejam reiniciados pela Justiça Federal do Distrito Federal.

Qual a argumentação do ministro para anular as condenações? Na decisão, Fachin afirma que os delitos imputados ao ex-presidente não correspondem a atos que envolveram diretamente a Petrobras e, por isso, a Justiça Federal de Curitiba não deveria ser a responsável pelo caso.

O ministro aponta que o MPF afirmou que Lula exercia “figura central” em grupo criminoso com ampla atuação em diversos órgãos da Administração Pública, “sendo a Petrobras apenas um deles”.

Como a suspeita não tratava exclusivamente da estatal de petróleo, escreveu Fachin, “o caso, portanto, não se amolda ao que veio sendo construído e já decidido no âmbito do Plenário e da Segunda Turma do Supremo”, sobre a atribuição da Vara Federal de Curitiba.

Na decisão, o ministro fez um histórico da jurisprudência do Supremo acerca dos limites da competência da Lava Jato de Curitiba.

Segundo ele, inicialmente foram retirados todos os os casos que não se relacionavam com os desvios praticados contra a Petrobras.

Por que a decisão foi dada agora? O ministro argumentou que a questão da competência da 13ª Vara Federal do Paraná já havia sido levantada indiretamente pela defesa, mas que esta foi a primeira vez que a defesa apresentou um pedido que “reúne condições processuais de ser examinado, diante do aprofundamento e aperfeiçoamento da matéria pelo STF”.

O que isso muda para a candidatura de Lula? As condenações que retiravam os direitos políticos de Lula não têm mais efeito e ele e pode se candidatar nas próximas eleições, em 2022.

Por causa da sentença do tríplex, o ex-presidente ficou preso por um ano e sete meses, entre 2018 e 2019, e não pôde disputar a última eleição presidencial, barrado pela Lei da Ficha Limpa.

O ex-presidente já vinha tentando anular as condenações por meio de um pedido de habeas corpus no qual questionava a imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro, que expediu a sentença no caso do apartamento no litoral paulista.

Já a segunda sentença, sobre a propriedade rural no interior de São Paulo, foi expedida pela juíza Gabriela Hardt.​

A posição do ministro Fachin pode ser revertida? A decisão de Fachin ainda pode ser derrubada por recurso da PGR (Procuradoria-Geral da República). A Procuradoria vai recorrer contra o habeas corpus concedido por Fachin, segundo informação confirmada por assessores do procurador-geral Augusto Aras.

O gabinete do ministro informou que levará para o plenário do STF o recurso da PGR. O ministro poderia levar o processo à 2ª Turma da corte (composta por só parte dos ministros), mas avisou vai pedir a apreciação do caso pelo plenário, que reúne todos os integrantes do STF. Esse julgamento, todavia, ainda não tem data para ocorrer.

Na PGR, segundo as discussões iniciais, o caso caberia a uma análise de turma no STF.

Os detalhes do recurso ainda são analisados por Augusto Aras e equipe. Uma parte expressiva do gabinete dele tem o entendimento de que o ex-juiz Sergio Moro agiu como uma espécie de "juiz universal", se arvorando por competências que não se resumiam à vara onde atuava antes de servir ao governo de Jair Bolsonaro como ministro da Justiça e Segurança Pública.

​Na cúpula da PGR, o entendimento inicial é que um recurso contra o habeas corpus é necessário, apesar dessa percepção crítica em relação à atuação de Moro --a crítica se estende às próprias forças-tarefas montadas, como a Lava-Jato, alvos de crítica e desmonte por parte de Aras.

A contestação da decisão monocrática de Fachin seria coerente com a linha de recursos da PGR propostos para preservar o que já foi feito em investigações, segundo auxiliares de Aras.

O que acontece com os processos de Lula que tiveram condenação anuladas por Fachin? As ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva serão remetidas para a Justiça Federal no Distrito Federal, onde há casos da Lava Jato em duas varas federais criminais, a 10ª e a 12ª.

Há um entendimento entre os assessores dos juízes que nelas atuam de que as ações penais relacionadas ao ex-presidente serão distribuídas por sorteio.

Assim que os autos foram baixados pela 13ª Vara Federal de Curitiba e transferidos para Brasília, eles serão autuados e o sistema definirá automaticamente um novo juiz.

São quatro possibilidades poque em cada vara atuam um juiz titular e um juiz substituto.

A 13ª Vara Federal de Curitiba afirmou em nota nesta segunda-feira (9) que "cumprirá a decisão do Excelentíssimo Ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), remetendo os autos ao juízo indicado", ou seja, para a Justiça Federal de Brasília.

O processo começa do zero? Uma das discussões jurídicas é se os atos processuais realizados durante a condução de Moro continuam válidos

Como o processo será reiniciado pela Justiça Federal do Distrito Federal, caberá ao juiz competente decidir se elas serão ou não aproveitadas.

Uma segunda questão jurídica se refere à prescrição dos casos.

Em tese, os crimes de corrupção investigados na Lava Jato prescrevem em até 20 anos.

Porém a legislação criminal estabelece que esse prazo deve ser contado pela metade para os réus que têm mais de 70 anos. Assim, como Lula já tem 75 anos de idade, o período prescricional para ele é de dez anos nos casos em que ele é acusado de corrupção passiva.

Assim, existe a possibilidade de que condutas anteriores a pelo menos o início de março de 2011 sejam consideradas prescritas, isto é, não possam mais ser discutidas nas causas criminais.

Um exemplo de fato que poderá deixar de ser objeto de análise criminal é a reforma financiada pela construtora Odebrecht no sítio de Atibaia (SP) que era frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família, que teria sido concluída em janeiro de 2011.

Porém, no mesmo caso, há outros fatos que ainda poderiam ser tratados criminalmente, como, por exemplo, benfeitorias supostamente realizadas a mando de executivos da construtora OAS na propriedade rural posteriormente às obras feitas pela Odebrecht.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Lula foi diagnosticado com Covid-19 e fez quarentena em Cuba

Lula e Fernando de Morais 
Ex-presidente e outras sete pessoas que o acompanhavam pegou a doença na viagem à ilha

Mônica Bergamo

O ex-presidente Lula foi diagnosticado com Covid-19 no dia 26 de dezembro em Cuba e precisou ficar 14 dias de quarentena no país.

O escritor Fernando Morais, que foi com ele à ilha, chegou a ficar internado, mas já está curado. Eles desembarcaram na quarta (20) no Brasil.

Lula viajou a Cuba para participar de um documentário sobre a América Latina dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone.

O petista estava sem sintomas, mas a doença foi detectada pelos exames que ele fez seguindo os protocolos cubanos para viajantes estrangeiros que chegam ao país.

Três dias antes de embarcar, Lula e a comitiva, de mais oito pessoas, fizeram exames de RT-PCR, em que a coleta é feita com cotonete pelo nariz.

Um dia depois da chegada, todo o grupo repetiu o teste, que voltou a dar negativo.

Cuba, no entanto, exige que o exame seja refeito depois de cinco dias, já que existe a possibilidade de o RT-PCR não detectar o vírus logo depois da infecção, devido ao período de incubação.

Foi então que se descobriu que, dos nove viajantes, oito estavam contaminados: Lula, a noiva dele, Rosangela da Silva, a Janja, Fernando Morais, o fotógrafo Ricardo Stuckert e mais quatro assessores.

Lula fez uma tomografia que acusou que ele tinha lesões pulmonares compatíveis com Covid-19. Sem sintomas, ele foi encaminhado para uma casa com os outros que testaram positivo. Apenas Fernando Morais foi para o hospital.

Os que apresentaram algum tipo de problema pulmonar, como Lula, tomaram corticóide e anticoagulantes.

Os médicos cubanos receitaram também o imunomodulador Jusvinza a Lula. A droga age sobre substâncias inflamatórias da Covid-19. Seu efeito no combate às reações da doença já entrou no protocolo de estudo de Cuba, que foi seguida por outros países_e deve ser usado com acompanhamento médico rígido.

As pessoas que acompanhavam Lula e que não tiveram lesão pulmonar ativa usaram Interferon cubano, na versão injetável ou nasal. O medicamento também está em protocolo de estudo.

domingo, 17 de janeiro de 2021

Brasil não tem a menor condição de brigar com ninguém

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Situação atual

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Estados podem já estar passando por segunda onda da Covid-19, alerta Fiocruz



Os números de internação de pacientes com insuficiência respiratória grave voltaram a subir de forma preocupante em estados que vinham registrando queda consistente, indicam dados da Fiocruz.

ONDA

Eles mostram que o Amapá, o Maranhão, o Ceará e o Rio de Janeiro dão sinais do que pode ser o início da chamada segunda onda da Covid-19 em seu território.

ONDA 2

O Amapá registrou o pico de internações entre 3 e 9 de maio —foram 65 casos naquela semana. Verificou queda de 46% e chegou a 35 casos. Agora, voltou a subir, para 59.

ONDA 3

O Maranhão registrou 378 casos na semana de pico, caiu para 150. E agora voltou a subir, para 167 internações. O Ceará passou de 2.048 casos para 813 — e registrou 871 na semana passada. Já o Rio chegou a 2.844 internações em sua pior semana, baixou 60%, para 1.154 —e voltou a 1.367 entre 12 e 18 de julho.

DE VOLTA

“Os estados apresentavam queda, mas ainda tinham níveis altos de casos. E agora voltam a subir”, diz o pesquisador Marcelo Gomes, da Fiocruz, que coordena o Infogripe. “É preciso avaliar se há um salto por causa da retomada econômica, se há interiorização dos casos ou se são as duas coisas combinadas.”

TERMÔMETRO

O sistema da Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, monitora os dados da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Ela pode ser causada por vários vírus. Em meio à epidemia, no entanto, 96,7% dos casos confirmados de internação são de Covid-19.

LUZ

O Infogripe foi o primeiro sistema a acender o sinal de alerta de que havia uma explosão de internações por problemas respiratórios no país, ainda em março.

com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO

domingo, 19 de julho de 2020

"Índios sofrem projeto de genocídio étnico absurdo", diz Alice Braga


Em quarentena nos EUA, a atriz estreia vídeos de ação em prol das causas ambiental e indígena e diz que cinema brasileiro pode acabar

Alice Braga viveu como poucos, na ficção, cenários catastróficos com cargas dramáticas de tragédia. Ela esteve presente na Nova York devastada por um vírus no filme “Eu Sou a Lenda” (2007), na Terra arrasada de “Elysium” (2013) e no mundo abatido pela cegueira e pela violência de “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008). Alice não imaginava, porém, que seu próximo roteiro de fim de mundo seria vivido em 2020, fora das telas de cinema.

Em Los Angeles (EUA), onde tem residência, a atriz e produtora de 37 anos divide suas atenções entre a evolução da Covid-19 nos EUA de Donald Trump e no Brasil, onde estão suas raízes e seus familiares. Ambas as nações lideram o ranking de novos casos e mortes da Covid-19.

“São dois países que claramente tomaram todas as atitudes no caminho mais desumano e mais caótico possível. Acho que transformar o uso de máscara em uma questão política foi o que causou o grande caos aqui nos Estados Unidos. Miami é o novo epicentro do mundo, está sendo tratado como Wuhan [na China, o primeiro foco do vírus]”, diz.

A atriz Alice Braga posa com camiseta branca e calça jeans escura. Seu braço esquerdo está esticado e apoiado numa janela, enquanto sua mão direita está guardada dentro do bolso de sua calça. Atrás dela, há uma planta de sua altura, encostada na quina da parede, que preenche todo o fundo. O retrato foi tirado em preto e branco

“A gente está falando de dois governos que não só não acreditam na ciência, como lutam contra. Quando existe uma pandemia, é a panela para o caos. O que isso faz com a população, em grande escala, é devastador.”

Longe da família desde janeiro, quando esteve no Brasil pela última vez antes de voltar aos Estados Unidos para gravar a nova temporada da série “A Rainha do Sul” (disponível na Netflix), a distância é para ela um motivo de angústia diária. “A sensação é a de que eu estou em outro planeta”, diz.

Para além da turba de mortos, enlutados e desempregados atingidos pela pandemia, outro tema que inquieta Alice é a iminência de um colapso diante da degradação do meio ambiente.

Neste domingo (19), a atriz lança, junto com o Greenpeace, uma série de vídeos em português e em inglês que exploram a conexão entre o consumo de alimentos, a produção industrial de commodities, a destruição de ecossistemas e a violência contra povos indígenas e comunidades locais.

“A aceleração para voltar a economia vai vir de uma forma desesperadora. O que a gente vivia já não era normal. Pensar em voltar para esse antigo ‘normal’ é suicídio”, diz, ao citar a jornalista e ativista canadense Naomi Klein, de quem é leitora assídua.

“É muito importante ter consciência de que a indústria do agronegócio hoje é tão responsável pela emergência climática quanto a indústria de combustíveis fósseis. Ela representa 80% dos gases de efeito estufa no Brasil. Quando a gente não sabe de onde vem a carne que está comendo, provavelmente vem de desmatamento.”

Sua aproximação da causa ambiental e do Greenpeace teve início em 2016, quando foi convidada para conhecer os Munduruku, povo indígena que habita o entorno do rio Tapajós e que, na época, encontrava-se ameaçado pelo plano de construção de uma hidrelétrica —que não prosperou.
“Conheci os caciques e a região, visitei aldeias de barco. Foi um encontro muito potente, é um povo de guerreiros. Uma coisa que ficou no meu coração é que, para eles, a casa é a floresta. Eles não dizem ‘aqui é minha casa, e lá fora é lá fora’. Não. Na cidade, distante da floresta, a gente perde essa consciência”, conta.

Ela lamenta os vetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), publicados no início de julho, que desobrigam o governo federal de fornecer água potável, distribuir materiais de higiene, de limpeza e de desinfecção de superfícies e de disponibilizar leitos hospitalares e de unidade de terapia intensiva (UTI) para aldeias ou comunidades indígenas.

“Para mim, parece [ser] um projeto de genocídio étnico absurdo [dos índios] no Brasil. Me parece desumano, principalmente durante uma pandemia. Querendo ou não, os índios protegem a floresta há mais de 500 anos.”

Confinada com sua companheira, a atriz Bianca Comparato, e seu cachorro de estimação, Pingo, Alice conta que nestes cinco meses de quarentena já teve algumas fases, indo de experimentos na cozinha à prática de atividades físicas. “No início, eu tive muito a fase do bolo, aí eu segurei um puco quando a quarentena foi aumentando [risos]”, conta.

“Mas eu tenho me organizado. Tento sempre fazer um cotidiano e honrar o fim de semana para não me perder. Quanto mais o tempo vai passando, mais você tem que começar a ficar criativo nesse lugar de se cuidar emocional e fisicamente para ficar firme e para ajudar os próximos.”

Alice tinha volta programada para o Brasil em junho, quando lançaria o filme “Eduardo e Mônica”, baseado na canção homônima da banda Legião Urbana. Por ora, ainda não há uma nova data de estreia.

“Quem me apresentou ‘Eduardo e Mônica’ foi o [cineasta] Jorge Furtado, que é amigo da minha mãe. Eu lembro de ele me mostrar essa música na rádio quando eu era criança e a gente estava em férias de verão, perto de Florianópolis. Tenho uma memória afetiva muito linda. Quando me chamaram para fazer o filme, fiquei emocionada.”

“É um casal que existe no imaginário das pessoas, e foi um desafio por isso. Como levar para o cinema? A gente investigou muito a vida do Renato [Russo] para poder viver um pouquinho disso na tela. Ele tinha um pouco de Eduardo e um pouco de Mônica”, conta a atriz, que diz ter ficado nervosa quando recebeu a visita do filho do cantor, Giuliano, no set de filmagem. “Era o filho do Renato!”, afirma, aos risos.

No início de março, quando a Covid-19 ganhou status de pandemia e sua duração ainda era vista com incerteza em países que registravam seus primeiros casos, a produção da série “A Rainha do Sul” pediu a Alice que não saísse do país, temendo que ela não pudesse voltar. “A Bianca estava me visitando quando tudo começou. Eu estava filmando em Nova Orleans e ela estava lá, o que foi uma sorte, porque ela ficou junto comigo”, diz.

O namoro de longa data das duas atrizes veio a público em janeiro deste ano, vazado na imprensa. Apesar do desconforto que pode ser ter um relacionamento exposto a fórceps, é com leveza que Alice aborda o episódio.

“É engraçado porque a vida inteira eu sempre fui muito reservada por achar que quanto menos as pessoas sabem sobre mim, mais elas podem acreditar em personagens. Mas acho que existe uma curiosidade muito grande, ainda mais se é um tema tido como tabu ou como controverso.”

“A gente não ficava dando satisfação para ninguém, até porque a gente nem sabia se a gente ia acabar [o namoro] no dia seguinte [risos]. É claro que [a notícia] veio desse lugar da fofoca, mas acho que com quanto mais naturalidade a gente fala sobre isso, mais mostra que o amor é igual. Acho que a luta LGBTQ+ é um pouco sobre isso, falar que o amor é amor”, diz.

Juntas, Alice e Bianca fundaram o Cinema de Fachada, projeto que elege a fachada de um prédio em alguma cidade brasileira para fazer a projeção de um filme nacional, seguida de debate.

“Ela [Bianca] já tinha esse desejo de fazer cinema projetado. Ainda mais agora, com tudo o que está acontecendo, por esse governo e esse constante ataque à cultura”, conta Alice. “Acho que existe uma coisa de comunidade, de você saber que a pessoa do apartamento de cima pode estar vendo o mesmo filme que você. É um pouco celebrar a cultura e o nosso cinema.”

A próxima exibição do Cinema de Fachada será do filme “Pitanga”, dirigido pela atriz Camila Pitanga, na próxima quarta-feira (22), no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. A ideia é expandir o projeto para outras cidades brasileiras já na edição seguinte, programada para agosto.

“Eu vejo pessoas que já tiveram projetos e leis de incentivo aprovados que não conseguem acessar o dinheiro. Existem manobras políticas muito fortes acontecendo, que não deixam de ser parte de um plano de desmantelamento da nossa cultura e da nossa identidade. É muito triste pensar isso, porque um país sem cultura é um país sem história e sem educação. Nosso cinema está, praticamente, deixando de existir.”

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Fascista asqueroso diz que máscara é "coisa de viado"

João Ximenes Braga

Segundo a coluna da Bergamo, o fascista asqueroso que ocupa a presidência fazia questão de não usar máscaras e de apertar a mão de quem visitava o palácio.

Se é verdade que está com o vírus, é crime contra a saúde pública por ter conscientemente contaminado pessoas, se não é verdade e mesmo assim faz propaganda de um remédio que comprovadamente não funciona e tem efeitos colaterais graves, é crime contra a saúde pública. É um genocida em pleno exercício do assassinato em massa e precisa ser detido.

Ainda na coluna, consta que o líder da quadrilha da mamadeira de piroca diz que máscara é "coisa de viado". Bom pra lembrar que foi exatamente por isso que ele foi eleito. Foi eleito exatamente por ser um barril de ódio, ignorância e desprezo por tudo que é humano. É a isso que seus eleitores se resumem.

Máscara é 'coisa de v.', dizia Bolsonaro na frente de visitas


Os relatos de pessoas que visitaram Jair Bolsonaro depois da explosão da epidemia de Covid-19 no Brasil descrevem momentos de tensão. O presidente se recusava a usar máscaras, o que induzia convidados a seguir o exemplo. Fazia questão de se aproximar para cumprimentar com um aperto de mão.

BESTEIRA
Ao perceber que o visitante estava tenso, segundo um deles relatou à coluna, dizia que aquele medo era besteira.

BESTEIRA 2
O presidente chegava a brincar com funcionários, perguntando quem usava máscara e dizendo que aquilo era “coisa de v.”.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Novo sinistro da educação fez doutorado na Universidade de Rio das Pedras

Reitor desmente Bolsonaro e diz que ministro da Educação não tem doutorado em Rosário 


O novo ministro da Educação, Carlos Decotelli, não tem título de doutor pela Universidade de Rosário, na Argentina, como o presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta (25) ao anunciá-lo para o cargo.

A informação desmentindo Bolsonaro é do reitor da Universidade Nacional de Rosario, Franco Bartolacci.' "Ele cursou o doutorado, mas não finalizou, portanto não completou os requisitos exigidos para obter a titulação de doutor na Universidade Nacional de Rosario, conta Bartolacci à coluna.
Ha cursado el Doctorado, pero no lo finalizó, por lo tanto no completo los requisitos que se exigen para obtener la titulación de Doctor de la Universidad Nacional de Rosario.
Ele também publicou a afirmação em suas redes sociais, retuitando Bolsonaro para negar a informação do presidente brasileiro.

"Nos vemos en la necesidad de aclarar que Carlos Alberto Decotelli da Silva no ha obtenido en @unroficial la titulación de Doctor que se menciona en esta comunicación [Em tradução livre: Precisamos esclarecer que Carlos Alberto Decotelli da Silva não obteve na @unroficial o doutorado mencionado nesta comunicação", afirmou ele em sua publicação.

A coluna procurou o MEC, mas ainda não obteve resposta.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Pesquisa mostra que capital paulista pode já ter mais de 1 milhão de infectados


São Paulo já pode passar de 1 milhão de infectados, mostra inquérito da prefeitura

Testes que estão sendo feitos na população por sorteio mostram que cidade pode ter dez vezes mais caso do que os já registrados
Os resultados preliminares do inquérito sorológico que a Prefeitura de São Paulo está fazendo para descobrir quantas pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na cidade mostra que o percentual pode chegar a 9,5%.

MULTIDÃO 
Pelos resultados, cerca de 1,2 milhão de pessoas podem já ter sido infectadas —ou mais do que o total de Espanha e França juntas.

PEDAÇO 
Os dados oficiais disponíveis até agora registravam apenas 10% desse total —ou cerca de 120 mil casos de Covid-19 confirmados na capital.

PEDAÇO 2 
Isso acontece porque poucas pessoas fazem o teste para coronavírus —a maioria se submete a exame apenas depois de ter sintomas.

PEDAÇO 3 
E foi justamente para descobrir a subnotificação na cidade e tentar se aproximar do número real de infectados que a prefeitura decidiu fazer o inquérito sorológico.

PEDAÇO 4 
Ele prevê a realização de exames em 45 mil pessoas sorteadas em todos os distritos por idade, renda e outros critérios, formando amostra representativa de SP.

COMEÇO 
Até agora, cerca de 5 mil exames foram realizados.

NA ILHA 
Já um inquérito sorológico em 900 dos 3.000 moradores da ilha de Fernando de Noronha mostrou que cerca de 4,7% deles já foram infectados pela Covid-19.

O DOBRO 
Foram 140 infectados, ou o dobro de casos oficiais até então registrados: 71. Ou seja, mais da metade não manifestou qualquer sintoma.

com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO


quarta-feira, 29 de abril de 2020

STF abre inquérito contra a aberração sociopata Weintraub por crime de racismo

STF abre inquérito contra Weintraub por crime de racismo

Mônica Bergamo

O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a abertura de inquérito para investigar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo crime de racismo.

Em abril, Weintraub usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, que troca a letra "r" pela "l", para fazer referência ao sotaque chinês e insinuar que o novo coronavírus atenderia a interesses do país que teve o primeiro foco da pandemia.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em termos Lelativos, dessa crLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados do BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo?", ironizou Weintraub.
Tuíte do sinistro Weintraub provocando a China 

A China reagiu por meio do embaixador no Brasil, Yang Wanming, que chamou o ministro de racista. Depois disso, Weintraub apagou a postagem de seu perfil no Twitter.

O Ministério Público Federal pediu a abertura da investigação alegando que o comportamento do ministro da Educação "configura, em tese, a infração penal prevista na parte final do artigo 20 da Lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito".

Celso de Mello afastou a possibilidade de o inquérito correr sob sigilo. E também a oportunidade que o MPF queria dar a Weintraub de depor em dia e hora previamente acertado com os procuradores. Segundo o ministro, apenas autoridades que são vítimas ou testemunhas gozam desse privilégio.

"Não custa rememorar, tal como sempre tenho assinalado nesta corte, com apoio na lição de Norberto Bobbio ("O Futuro da Democracia, 1986, Paz e Terra), que os estatutos do poder, numa República fundada em bases democráticas, não podem privilegiar o mistério, pois a prática do poder, inclusive a do Poder Judiciário, há de expressar-se em regime de plena visibilidade".

quinta-feira, 23 de abril de 2020

São Paulo registra 211 mortes por covid-19, recorde em 24 horas


SP registra recorde de mortes em um dia e tem 1.345 vítimas por coronavírus
Nesta quinta (23), o estado confirmou 211 nova mortes por Covid-19 em 24h
Mônica Bergamo

O estado de São Paulo registrou, nesta quinta-feira (23), 211 nova mortes por coronavírus em 24h --sendo mais de oito vítimas da doença por hora. Trata-se do recorde de óbitos em um dia.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o estado atingiu a marca de 1.345 vítimas da Covid-19 —na quarta (22), esse número era de 1.134.

Ainda segundo a pasta, são 114 cidades com pelo menos uma vítima do coronavírus, e 16.740 casos confirmados da doença, distribuídos em 256 municípios.

A secretaria também afirma que a doença avança fora da capital: a concentração de mortes caiu de 87% para 67% neste mês. O número de mortes cresceu 21 vezes no interior, litoral e outras cidades da Grande São Paulo. O balanço divulgado nesta quinta (23) aponta 433 mortes nessas regiões —no dia 1º de abril, eram 20 óbitos fora da capital paulista.

Ainda de acordo com a secretaria, há um aumento nas internações nos hospitais de São Paulo, com 7 mil suspeitos e confirmados. Desse número, 2.807 internados em UTI e 4.196 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos para atendimento da Covid-19 em UTI no estado é de 55,3% e, na Grande São Paulo, 74%.

No domingo (19), SP ultrapassou o número de mil mortos pela doença. Segundo a pasta, naquele momento havia pelo menos um óbito em 93 cidades, com prevalência na Grande São Paulo.


sábado, 18 de abril de 2020

Sem quarentena, interior de SP terá explosão de casos de Covid-19


Sem quarentena, interior de SP terá explosão de casos de Covid-19, diz Unesp
Mônica Bergamo
Pesquisadores afirmam que há uma falsa sensação de segurança fora da capital de SP
Uma pesquisa feita pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) mostra que a quarentena na cidade de São Paulo retardou em três semanas a explosão de casos da Covid-19 no interior.

FREIO
O movimento entre a capital e municípios paulistas, sempre intenso, caiu, dando até agora tempo para que eles preparem as estruturas de saúde para a intensificação da disseminação da doença.

EXEMPLO 
O trabalho conclui que o interior deve seguir o exemplo da capital e tentar radicalizar o isolamento social. “Existe uma falsa sensação de segurança”, diz o infectologista Carlos Fortaleza, da Faculdade de Medicina de Botucatu. “Isso acontece porque a quarentena na capital retardou a chegada da doença”, afirma.

EXEMPLO 2 
“Já temos casos suficientes no interior para uma disseminação acelerada do novo coronavírus. Sem o isolamento, em três semanas estaremos tão complicados como a Grande São Paulo”, segue ele. Na região metropolitana já há hospitais com UTIs lotadas com pacientes de Covid-19.

NA REDE 
O estudo foi feito pelo laboratório de geografia da saúde da Unesp de Presidente Prudente e pelo laboratório de ciência da computação. Além de casos suspeitos e confirmados de infecção pelo coronavírus, foram captadas mensagens em redes sociais de pessoas que revelavam estar com a doença.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

EUA enviam 23 aviões à China e acendem alerta de desabastecimento para hospitais do Brasil


Mônica Bergamo
Capitalismo selvagem vai se impor, diz diretor da Fiocruz
A informação de que os EUA estão enviando 23 aviões para voltar com toneladas de equipamentos e produtos hospitalares da China nesta semana acendeu a luz amarela em especialistas brasileiros que tentam comprar insumos de empresas do país asiático.

QUEM NÃO PODE
“A notícia mostra que vamos ter sérios problemas de abastecimento”, diz o médico Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz que hoje negocia com empresas do país asiático a importação de insumos para a fundação, vinculada ao Ministério da Saúde, e outros para órgãos do país.

O MEU PRIMEIRO
“O capitalismo selvagem vai se impor. Cada país vai querer se proteger”, diz ele. Morel afirma que “a pressão sobre as empresas chinesas está no nível máximo” e os preços dos insumos médicos estão aumentando freneticamente. “Sobem de um dia para o outro”.

FICA PRA DEPOIS 
Morel diz que as companhias chinesas já começaram a avisar que muitos equipamentos, como leitos hospitalares, só poderão ser entregues em junho.

COMPRA
Os vôos ordenados pela Casa Branca para a China foram noticiados pelo “The New York Times”. O jornal diz que o primeiro avião trouxe 80 toneladas de mercadorias, como 10 milhões de luvas, 1,8 milhão de máscaras, aventais e “milhares de termômetros”.

QUASE NADA
A encomenda, diz o NYT, é “uma minúscula parte” do que hospitais dos EUA, já em racionamento, necessitam neste momento.

QUASE TUDO
Os EUA vão precisar, segundo estimativas, de 3,5 bilhões de máscaras caso a pandemia dure um ano.

ORDEM 
Mas há uma fila: a empresa chinesa BYD tem que entregar 40 milhões de máscaras para a Itália antes de atender a demanda norte-americana.​

domingo, 29 de março de 2020

SP tem 6 vezes mais mortes por coronavírus que a China por dia


Mônica Bergamo


O Estado de São Paulo chega, neste domingo (29), à contabilização de 98 mortes relacionadas à Covid-19. Já há 1.451 casos confirmados da doença no estado.

De acordo com o balanço feito pela Secretaria da Saúde, estão morrendo em média 7,5 pessoas por dia desde que o primeiro óbito foi registrado, no dia 17 de março.

Em um intervalo similar, de 13 dias, a China teve uma média diária de 1,3 óbitos, de acordo com o levantamento feito pelo governo.

"A primeira morte no país asiático ocorreu em 11 de janeiro. No dia 23 daquele mês, a China contabilizava 17 mortes. Nesse período de treze dias, o país também saltou de 41 para 571 casos confirmados", diz o balanço.

Os 14 novos óbitos contabilizados neste domingo (29) são de pessoas atendidas na rede particular.
A maioria deles, 13, ocorreu na capital paulista. Uma das mortes, de um homem de 89 anos, foi em São Bernardo do Campo.

Na capital morreram cinco mulheres (71, 84, 84, 87 e 90 anos), seis homens idosos (60, 67, 79, 76, 63, 83) e dois jovens de 26 e 33 anos, em fase de investigação sobre eventuais comorbidades e histórico clínico.

Até o meio desta semana, apenas a Capital paulista registrava óbitos relacionados à Covid-19. Agora, os municípios de Vargem Grande Paulista, Guarulhos, Taboão da Serra, Embu das Artes, Sorocaba, São Bernardo do Campo e Ribeirão Preto também contabilizam pelo menos um óbito.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Janaina, a Louca, defende afastamento de Bolsonaro


Janaina Paschoal defende afastamento de Bolsonaro e Mourão na Presidência

Mônica Bergamo

A deputada Janaina Paschoal (PSL-SP) defendeu durante pequeno expediente na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta segunda-feira (16) que o presidente Jair Bolsonaro (MILICIAS-RJ) seja afastado do cargo. Ela ainda afirmou ter se arrependido de seu voto nas eleições de 2018.

"Esse senhor tem que sair da Presidência da Republica, deixa o [vice-presidente Hamilton] Mourão que entende de defesa. Nosso país está entrando em uma guerra contra um inimigo invisível. Deixa o Mourão, que é treinado para defesa, conduzir a nação", defendeu Janaina.

"Não tem mais justificativa. Como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão? Como um homem, que faz uma live na quinta e diz para não ter protestos, vai participar desses mesmos protestos e manda as deputadas que são paus-mandados dele chamar o povo pra rua?"

A deputada afirmou que Bolsonaro não só não está tomando medidas de contenção, como também estimula aglomerações em meio à crise do novo coronavírus "estando ele próprio de quarentena".

"Eu me arrependi do meu voto. Que país é esse? Como é que esse homem vai lá, potencialmente contaminando as pessoas, pegando nas mãos, beijando. Ele está brincando? Ele acha que ele pode tudo? As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar. Nós não temos tempo para um processo de impeachment. Nós estamos sendo invadidos por um inimigo invisível."

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Flávio Dino articula frente direitista contra Bolsonaro em eleições de 2020

Mônica Bergamo

Flávio Dino articula frente contra governo de Bolsonaro em eleições de 2020 em SP

Ele acredita que grupo pode ser fechado em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre
A formação de uma frente de centro-esquerda que possa se contrapor a Jair Bolsonaro nas eleições municipais de 2020 começa a ser discutida também em São Paulo.

BATE-PAPO
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-MA), já conversou sobre o assunto com o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB-SP), que deve se lançar candidato a prefeito da capital paulista.

MARCO
As tratativas são iniciais, mas também em setores do PT paulistano há simpatia pela ideia, apesar das dificuldades: seria a primeira vez, desde 1985, que a legenda não teria candidato próprio na capital.

TRILHA
Dino afirma que a gravidade do momento exigiria uma frente plebiscitária contra Bolsonaro que incluiria PDT, PSB, PCdoB, PSOL e PT. Ele acredita que, apesar das dificuldades, ela poderia ser fechada em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre.