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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Bolsonaro compete com Trump para ser pior criminoso do planeta


Bolsonaro compete com Trump para ser pior criminoso do planeta, diz Noam Chomsky

Lucas Alonso - FSP

O linguista americano Noam Chomsky comparou Jair Bolsonaro a Donald Trump e disse, nesta quarta (15), que os dois presidentes competem “para ver quem pode ser o pior criminoso do planeta”.

Considerado o fundador da linguística moderna, o americano é professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e professor da Universidade do Arizona. Também é filósofo e autor de mais de cem livros.

Ativista de esquerda, é crítico da política externa americana, do capitalismo e ganhador de inúmeros prêmios.

Em entrevista concedida ao programa jornalístico independente “Democracy Now!”, Chomsky falava sobre a conduta de Trump à frente do país mais atingido pela pandemia do coronavírus quando se referiu a Bolsonaro como um “louco da parte sul do hemisfério”.

“Enquanto Trump nos encaminha para a destruição, ele recebe alguma ajuda tão burra na parte sul do hemisfério”, disse Chomsky. “Tem um outro louco, Jair Bolsonaro, que está tentando competir com Trump para ver quem pode ser o pior criminoso do planeta.”

A fala dura de Chomsky foi acompanhada de uma série de críticas a Bolsonaro. O linguista lembrou, por exemplo, ocasiões em que o presidente minimizou a gravidade da Covid-19, doença causada pelo coronavírus.

“Ele está dizendo aos brasileiros que não é nada, que é só um resfriado, que os brasileiros não pegam vírus, que são imunes a eles”, disse.

Bolsonaro se referiu à Covid-19 como “gripezinha” e “resfriadinho” durante pronunciamento em rede nacional em 24 de março.

Dois dias depois, na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente defendeu que o brasileiro seja estudado porque, segundo ele, mergulha no esgoto e não pega nenhuma doença.

Chomsky falou também sobre o conflito do presidente brasileiro com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e com os governadores dos estados.

“O ministro da Saúde e outros oficiais estão tentando intervir e dizer 'olha, isso é muito sério’. Os governadores —muitos deles, felizmente— estão ignorando o que ele [Bolsonaro] diz, mas o Brasil está enfrentando uma crise terrível."

Bolsonaro disse nesta quarta-feira (15) que resolverá "a questão da Saúde" para que seja possível "tocar o barco". A expectativa no Ministério da Saúde é que Mandetta seja demitido do comando da pasta até o final desta semana.

Também nesta quarta, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar se mantém a decisão em que o ministro Marco Aurélio Mello reforçou a autonomia de estados e municípios para imporem medidas de isolamento social.

Chomsky falou ainda sobre minorias sociais no Brasil, como a população indígena e os moradores das favelas do Rio de Janeiro, por quem, segundo o linguista, “o governo não faz nada”.

“A população indígena está enfrentando um genocídio que não vai incomodar Bolsonaro. Ele acha que eles [os indígenas] nem deveriam estar lá, de qualquer forma”, disse Chomsky, que estendeu suas críticas à política ambiental brasileira.

“Enquanto tudo isso está acontecendo, os artigos científicos estão dando um aviso de que, em 15 anos, a Amazônia vai deixar de ser dissipadora de carbono para se tornar emissora de CO2. Isso é devastador para o Brasil. Na verdade, para o mundo todo.”

A comparação entre Trump e Bolsonaro foi retomada por Chomsky ao afirmar que o “Colosso do Norte [Estados Unidos] está nas mãos de sociopatas que fazem tudo o que podem para destruir o país e o mundo”.

Para Chomsky, o Brasil, ao qual ele se refere como o “Colosso do Sul”, está fazendo a mesma coisa, à sua própria maneira.

Chomsky explicou que acompanha de perto o noticiário sobre o país porque sua esposa, a tradutora Valeria Wasserman, é brasileira.

Questionado sobre o que lhe dá esperança em meio à pandemia do coronavírus, Chomsky mencionou “ações populares inspiradoras”, em especial o trabalho de médicos e enfermeiros que continuam trabalhando "sob condições extremamente perigosas".

O linguista concedeu a entrevista de sua casa na cidade de Tucson, no estado americano do Arizona, onde está isolado com a esposa.

domingo, 20 de outubro de 2019

Noam Chomsky no Roda Viva em 1996



O Roda Viva recebeu, em 1996, Noam Chomsky, professor americano e um dos mais importantes pensadores do último século.

Opinião Pública - o caminho (das pedras) dos livros


Nilson Lage

Para os muito interessados em estudar a formação da opinião pública, eis um roteiro bibliográfico:

1. A base argumental das estratégias utilizadas até hoje são falácias retóricas e lógicas descritas na Antiguidade: os argumentos ad hominem, ad verecundiam, ad baculum, ad ignoriantiam etc.; ou construções tais como as em que se nega o antecedente de uma implicação para negar o consequente, violando o mecanismo do modus ponens, ou deduz da negação do consequente que o antecedente é falso , violando o modus tollens . Sobre esses temas, leitura didática e clara (embora voltada estritamente para o universo cultural norte-americano) está em Irving Copi, "Introdução à Lógica", disponível grátis na web.

2. O quadro psicossocial depressivo e raivoso que se desenhou na Europa na segunda metade do Século XIX, atribuído a prolongada recessão e que serviu de terreno para a implantação do fascismo é descrito em "A multidão criminosa" ("La folla delinquente", 1891), de Scipio Sighelle e "Psicologia das multidões", de Gustave Le Bon ("Psychologie des foulles", 1895), ambos igualmente disponíveis grátis em pdf.

3, A propaganda comunista obedece a normas clássicas (fixadas, por exemplo, congregação para propagação da fé - Propaganda Fidei --, fundada em 1622 pelo papa Gregório XV: sequência teoria-doutrina-normas-dísticos; tom apologético, apelo emocional fundamentado em verdade revelada.

4. Textos básicos sobre a propaganda norte-americana são "Opinião Pública", de Walter Lipmann ("Public Opinion", 1922) e "Propaganda", de Edward Bernays ("Propaganda!, 1928). O livro de Lipmann pode ser achado na web em pdf e o de Bernays em inglês, ou em espanhol, com o mesmo título. Dentre os textos críticos a respeito, destaca-se "Manufacturing consent, the political economy of mass media" ("A fabricação do consenso" -- ou "do consentimento", de Noam Chomsky e Edward Herman, 1988): a edição original pode ser acessada via Google Play ou Amazon, ou encontrada, grátis, em pdf, em espanhol, via https://yadi.sk/i/cmXOdnY1tRjP8 . Há muitas resenhas e artigos comentando o assunto, e um filme baseado nele, "Necessary Ilusions", acessível grátis, no Youtube, com o título "Consenso fabricado"e legendas em português. Quanto à abordagem psicanalítica, vale a pena partir de "O homem e seu símbolos", de Carl Jung, que se acessa de graça na web.

5. A propaganda nazista foi estudada, entre outros autores, por Jean-Marie Domenach, em "A propaganda política" ("La propagande politique", 1951), disponível na web em português, e por Serge Tchakhotine, biólogo e discípulo de Pavlov, que a analisa aplicando a Teoria dos Reflexos, em "A mistificação das massas pela propaganda politica" ("Le viol des foulles para la propagadande politique", 1938-1952), traduzido para o português por Miguel Arraes e disponível em pdf.

6. Os dois modelos -- o alemão e o norte-americano, diferenciados pela natureza dos regimes políticos -- tiveram percursos paralelos e contatos frequentes. Baseiam-se, ambos, na convicção expressa em termos filosóficos por Martin Heidegger ("Sobre a essência da verdade", texto complexo de que há boa tradução na coleção "Os Pensadores", da Editora Abril) de que alguns homens são capazes de, em lugar de adequar seus enunciados à realidade, como na definição platônica da verdade por Isaac Israeli (Século IX), adequar a realidade a seus enunciados.

7, Após a Segunda Guerra Mundial, conhecimentos operacionais da propaganda alemã incorporaram-se à gigantesca máquina de relações-públicas do Estados Unidos. Ela assumiria amplitude global; seria particularmente beneficiada com o desenvolvimento da estatística aplicada a monitoramento da opinião pública; o progresso das telecomunicações e a Internet, e a manipulação de dados comportamentais de grupos cada vez mais limitados de indivíduos..

8. Do ponto de vista da estruturação das mensagens, as contribuições contemporâneas mais importantes são estudos sobre as metáforas como estrutura básica da construção do léxico e, daí, para a percepção e raciocínio humano sobre a realidade -- em que se destacam textos de George Lakoff; a semiologia derivada, entre outros, de Roland Barthes ("Mitologias", Mythologies, 1957, disponível na web em francês, português e outros idiomas); e os avanços no campo denominado "análise do discurso", em que se desvelam mecanismos de construção da realidade em narrativas complexas (como coberturas jornalísticas sintéticas), área em que se destaca Teun Van Dijk.

Há fartura de estudos sobre isso na rede e alhures. Não custa nada. Divirtam-se.

P.S.: Tenho também um livro sobre este assunto, publicado em 1998 e disponível em Controle da opinião pública: um ensaio sobre a verdade conveniente ; a informação bibliográfica sobre ele está em https://searchworks.stanford.edu/view/4251431

domingo, 9 de junho de 2019

Noam Chomsky: O Fim do Sonho Americano



Em uma série de entrevistas abrangendo quatro anos, o crítico social Noam Chomsky discute como a concentração de riqueza e poder entre uma pequena elite polarizou a sociedade americana e provocou o declínio da classe média.

Chomsky dá uma verdadeira aula sobre a economia, política e a sociedade do nosso tempo, baseado em 10 princípios da concentração de riqueza e poder.

— OS DEZ PRINCÍPIOS DA CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E PODER —

1. Reduzir a Democracia
2. Moldar a ideologia
3. Redesenhar a economia
4. Deslocar o fardo de sustentar a sociedade para os pobres e classe média
5. Atacar a solidariedade
6. Controlar os reguladores
7. Controlar as eleições
8. Manter a ralé na linha
9. Fabricar consensos e criar consumidores
10. Marginalizar a população

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Se as leis de Nuremberg fossem aplicadas

Se as leis de Nuremberg fossem aplicadas, todos os presidentes americanos do pós-guerra teriam sido enforcados. Por violação das leis de Nuremberg quero dizer o mesmo tipo de crimes pelos quais as pessoas foram enforcadas lá.

Noam Chomsky