sábado, 6 de abril de 2019

Angústia

Sabrina Fernandes

Quando eu tô angustiada, eu leio Lenin.

Eu tô lendo Lenin.

"São uns choramingas democratas pequeno-burgueses, mil vezes mais perigosos para o proletariado [...] cometerão inevitavelmente uma traição em cada momento difícil e perigoso... "sinceramente", convencidos de que ajudam o proletariado!"

"Não só no terreno do parlamentarismo, mas em todos os terrenos da atividade humana,. o comunismo deve apresentar (e não poderá fazê-lo sem um trabalho prolongado, persistente e tenaz) algum princípio novo, que rompa de modo radical com as tradições da II Internacional[...]"

"É "difícil" conseguir que os parlamentares comunistas não se deixem levar pelas frivolidades parlamentaristas dos burgueses, e que se entreguem ao mais que essencial trabalho de propaganda, agitação e organização das massas."

"aprender[...] a dominar todos os aspectos da atividade e do trabalho, sem nenhuma exceção, a vencer em toda parte todas as dificuldades e todos os costumes, tradições e hábitos burgueses. Qualquer outra maneira de encarar a questão é totalmente despida de seriedade, é infantil."

Lenin escreveu isso em 1920, ou seja, pós revolução de 1917. Isso me lembra momentos dos últimos 20 anos no Brasil, mesmo a gente nunca ter tido uma experiência como 1917. E tudo me soa tão atual. Não é como se a gente não soubesse aonde certas coisas vão parar...

(São trechos dos apêndices de Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo - sim, aquele livro que Duvivier usou pra fazer uma piada naquele episódio infame do GregNews e que não combinou nada com a piada por ter zero contexto do conteúdo do livro).

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