Demétrio Magnoli assina interessante coluna na Folha de hoje. Ele aponta como a censura arbitrariamente determinada pelo STF contra websites ligados à agitação da extrema-direita não colaborou - antes pelo contrário - para a investigação da questão de fundo, que é a ação inescrupulosa e às margens da lei daquilo que chama de “corrente jacobina dos procuradores” para realizar seu projeto de poder. Um projeto, lembra Magnoli, que usa o combate à corrupção como pretexto para impor uma ordem autoritária.
Bolsonaro, continua o articulista, é personagem secundário na disputa, mas “flerta alegremente com a engrenagem, sem se dar conta que seu governo é apenas uma escala técnica na rota imaginada pelo Partido dos Procuradores”.
Faltou Magnoli lembrar que ele e o jornal a que serve também foram peões dessa trama. Fomentaram o discurso do “combate à corrupção”, enaltaceram a Lava Jato, com todos os seus Moros, Dallagnóis e Bretas, apostaram na criminalização do PT e da esquerda, contribuíram também “alegremente” para a degradação da democracia, achando que seriam passos úteis para a realização de seus projetos. Mas no fim das contas foram Magnoli e a Folha que se viram reduzidos a instrumentos da chegada do ex-capitão ao governo, escalas técnicas para a escala técnica do lavajatismo.
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