O aparelho repressivo do Estado brasileiro sempre foi generoso ao distribuir violência contra os mais pobres. E sempre teve no racismo um elemento central de sua lógica de funcionamento.
A presença de governos de centro-esquerda não mudou esta situação. Na verdade, os governos de centro-esquerda nunca deram a prioridade necessária ao combate a ela.
Mas a sensação é que o avanço da extrema-direita - no discurso público, nas instituições, no governo - tem levado a um agravamento do problema. Imagino que já haja gente estudando essa relação.
Os militares que fuzilaram a família no Rio de Janeiro, assassinando o músico Evaldo dos Santos Rosa, foram presos. É difícil acreditar que seja mais do que um gesto pontual, destinado a aplacar momentaneamente a opinião pública.
Enquanto isso, Doria se apressar para condecorar os policiais que mataram onze "bandidos" no interior de São Paulo - às pressas, para aproveitar o caso no calor da hora, sem esperar sequer uma apuração das circunstâncias. Enquanto prevalecer a mentalidade que a função do Estado é matar uma parte da população, não há avanço possível.
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