Desde o dia em que a Manuela d'Ávila soltou uma nota dizendo que houve uma tentativa de invasão no celular dela, eu fiquei intrigado porque ela teria soltado aquela nota.
Pesquisei um pouco sobre as datas e sobre o assunto e cheguei a uma conclusão:
Pra começar, eu estou partindo do pressuposto de que NÃO houve hacker, NÃO houve invasão e o principal: todas as matérias (pelo menos até agora) vem no Telegram (e não necessariamente do celular) de Deltan Dallagnol.
Não há uma conversa sequer em que Deltan não esteja envolvido.
1) Não veio do celular de Deltan, mas sim do Telegram Desktop.
E quando se baixa um arquivo de dados do Telegram, o dispositivo é avisado na hora. Não tem como conseguir um backup do arquivo sem ter todos os seus dispositivos avisados instantaneamente.
Isso pra dizer que Deltan ficou sabendo na hora que teve seu backup baixado.
Seja porque deixou sessão aberta em algum computador ou algo do tipo, não sei, mas o procurador teve os dados de seu Telegram vazado e ficou sabendo antes mesmo do The Intercept receber.
2) Ao tentar descobrir ou negociar quem baixou os dados, Inês já estava morta.
Uma força tarefa de gestão de crise deve ter sido montada. Procuradores, Fux, Sérgio Moro. Enfim, todos os envolvidos preocupados com sua reputação.
Não precisa ser nenhum Sherlock Holmes para imaginar que Deltan já está tentando gerenciar essa crise antes mesmo da primeira matéria do The Intercept sair.
O que quero dizer é que Deltan NÃO foi pego de surpresa com a matéria. Ele já sabia.
Ninguém comete uma barbeiragem dessa
3) A narrativa "HACKER" está sendo construída desde o segundo 00:01. Sérgio Moro, Deltan e todos estão com essa narrativa.
Sérgio Moro, inclusive, soltou tuite que "celular foi hackeado e que ligaram do meu número".
Só que NENHUMA matéria mostra conversa do Telegram de Moro.
Por que raios Moro tá insistindo em "HACKER" se as conversas não são do celular dele?
Aí que entra a Manuela.
4) Sabendo que os dados foram vazados, sabendo que Glenn já estava com o arquivo, sabendo que inês já estava morta, algum contato em comum (jornalista, político, assessor, não foi divulgado) entrou em contato com a Manuela.
- Oi Manuela, não sou XXXXXX, sou um hacker.
- Quem?
- Sou o hacker de Araraquara. Passa o telefone do Glenn?
- Ok
Manuela, sabendo que não poderia manchar o seu capital político (e ela fala isso explicitamente na nota) sai de jogo e diz que não tem muito a dizer.
Quando inventam o papo do hacker de Araraquara, o "Vermelho", que não assina o hackeamento, que não pede dinheiro, que é do DEM (hacker do DEM, que conceito...), já tinham um álibi: a troca de mensagens com Manuela.
Manuela, não querendo colocar o capital político dela na linha de fogo, sabendo que ela tem mais a perder do que a ganhar com essa história, fez uma nota e disse: "estou a disposição".
O diálogo com Manuela, pra mim, É REAL, no final das contas.
No resumo da história, já sabiam que estavam comprometidos, entraram em contato com Manuela para ter um print de conversas e fortalecer a narrativa hacker.
Continuo afirmando: não é e nunca foi hacker.
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